O peso que Adric se recusava a reconhecer entrou pela manhã através das altas janelas de seu escritório, como uma lâmina incômoda.

—Ele estava sentado há horas, com a camisa ainda aberta no colarinho, os dedos pressionados contra a têmpora e o olhar fixo em um ponto invisível para os outros.

A insônia o tinha vencido, a cada piscar de olhos, a caligrafia firme dela surgia em sua mente, um bilhete curto que mudava tudo.

— A forma como ela se despediu e o abandono silencioso o atingiram mais do que ele gostaria de admitir.

Marla entrou sem bater, como era seu costume.

Os ecos de seus saltos ressoa no piso de mármore enquanto ela colocava a pasta de relatórios sobre a mesa.

— Você passou a noite acordado — constatou, sem formular uma pergunta.

Ele apenas respirou fundo, mas não se manifestou.

— Adric, se isso for sobre ela, você precisa parar. Não há motivo para esse nervosismo.

— A resposta só veio quando ele finalmente ergueu o olhar.