O PESO DO QUE NINGUÉM DEVE SABER

— O corredor que conduzia ao refeitório parecia não ter fim.

— Lara caminhava com a bandeja presa ao peito, suas mãos tremendo discretamente.

— Ecos da ala dois martelavam em sua mente — o intenso aroma de perfume, as camas desfeitas, os bilhetes, as vozes abafadas além das portas reforçadas… e, acima de tudo, os rostos dos homens que deveriam ser o orgulho empresarial da família de seu pai.

— Ela respirou fundo antes de abrir a porta do refeitório.

O ambiente vibrava: — funcionários conversavam animadamente, pratos tilintavam, e o barulho constante da cozinha ressoava ao fundo.

— Era quase reconfortante — quase — então, ela o avistou.

— Nathaniel estava na mesa de sempre, como se previsse sua chegada, seus olhos verdes encontraram os dela instantaneamente, suavizando-se com um calor que fez o estômago de Lara revirar.

—Ele sorriu com aquele gesto especial, pequeno e discreto, mas devastador.