67. A calmaria antes da tempestade
Nos dias que se seguiram após a chocante notícia da fuga de Henrique e Malcon, a mansão de Cássia tornou-se um verdadeiro bunker.
Um carro de polícia permaneceu estacionado na entrada principal 24 horas por dia, seus faróis desligados, mas sempre com dois oficiais atentos a qualquer movimentação suspeita. Os empregados, antes acostumados com a liberdade de entrar e sair, agora eram monitorados e acompanhados de perto, cada entrega, cada visitante, tudo era checado minuciosamente.
Dentro da casa, Cássia estava praticamente em confinamento voluntário. O simples ato de sair para tomar um café na varanda parecia um luxo arriscado. Charles não desgrudava dela e do bebê, sempre de olho em qualquer possível ameaça.
— Isso está me sufocando. — Cássia murmurou certa noite, sentada na cama enquanto balançava suavemente o bebê no colo. — Eu entendo a necessidade, mas não aguento mais me sentir como uma prisioneira dentro da minha própria casa.
Charles se virou para ela, secando os cabelos ap