70. Desaparecida
Seu corpo se recusava a reagir enquanto a presença ameaçadora de Henrique a envolvia. O toque frio e metálico do revólver contra sua barriga fez seu coração disparar em pânico silencioso.
Ela olhou rapidamente ao redor. A recepção da clínica estava quase vazia.
A assistente digitava algo no computador, distraída. Outra mulher, sentada na cadeira de espera, folheava documentos, totalmente alheia ao que acontecia ali, a poucos metros dela.
Ninguém notava. Ninguém percebia que Cássia estava a segundos de ser levada.
Foi então que Henrique se inclinou perigosamente próximo ao seu ouvido, e sua voz venenosa escorreu feito veneno.
— Você vem comigo, querida. Sem escândalos, sem drama. Se tentar algo, o meu amigo ali dentro vai estourar os miolos do seu bebê.
O terror puro atravessou Cássia como uma faca afiada. Theo. Seu pequeno Theo. Ela não podia arriscar. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela as conteve. Respirou fundo, tentando manter a calma.
Henrique deu um passo para trás, agar