30. O caminho até a mansão
A estrada sinuosa se estendia à frente, ladeada por árvores altas cujas sombras dançavam sob a luz do entardecer. O carro avançava suavemente, mas a mente de Cássia estava longe dali. Enquanto observava a paisagem passar pela janela, seus pensamentos a levaram de volta a um passado que ainda doía. Uma única lágrima escorreu silenciosamente por seu rosto, traçando um caminho solitário até sua bochecha.
Charles, atento ao silêncio repentino, percebeu sua expressão melancólica e decidiu quebrar a tensão com um comentário leve.
— Sabe… — começou ele, lançando um olhar de soslaio para ela. — Sempre imaginei que mansões antigas tivessem segredos escondidos. Túneis secretos, passagens ocultas… Quem sabe encontramos um tesouro enterrado no jardim?
Cássia piscou algumas vezes, como se voltasse à realidade, e sorriu levemente. A tentativa de humor de Charles foi o suficiente para afastar, ainda que por um momento, o peso em seu peito.
— Bem… Se encontrarmos algo, prometo dividir com você.