Após um grave acidente de carro junto a sua esposa, Alejandro ficou por seis meses em um coma profundo e nesse período muitas coisas aconteceram, inclusive se apaixonar pela mulher que cuidou dele por todo esse tempo. Quando o Dr. Salvini, junto ao conselho do hospital, decidiu desligar os aparelhos, ele simplesmente abriu os olhos completamente, lúcido como se tivesse acabado de acordar em uma manhã habitual. Alejandro estranhou tudo à sua volta, pois devido ao grande trauma na cabeça não se lembra do dia em que sofreu o acidente, como se nunca tivesse existido. Informações que para ele eram impossíveis de ter acontecido foram contadas uma a uma até receber a notícia de que sua esposa havia morrido no local do acidente. O desespero o consumiu, porque ele sentia como se alguém tivesse roubado seis meses da sua vida e estava disposto a fazer de tudo para descobrir quem foi o responsável, já que tinha certeza que não havia sido sua culpa!
Ler maisFinjo não fazer diferença, mas, na verdade, isso acaba comigo.
ALEJANDRO MATTERALLA
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Me sinto um verdadeiro idiota, mesmo que meu trabalho tenha me sugado nos últimos anos, não merecia o que esses dois fizeram comigo!
— Acabou! Nosso casamento chegou ao fim! — declarei enquanto seguia com meu carro pela rodovia.
— Não aceitarei o divórcio, Alejandro. Te aturei por todos esses anos com seu ego de melhor médico do mundo! Não vou passar por uma separação aos 37, vai me aturar pelo resto da sua vida. — minha risada saiu carregada de cinismo.
— Você não começou com essa merda hoje! Que porra era aquela de amor? Não acredito nisso, bem embaixo do meu nariz! — Esbravejo apertando fortemente o volante por entre meus dedos — Te dei a melhor vida que um homem poderia lhe proporcionar, viagens, roupas caras, que usa só uma vez! Tudo que me pedia, idiota que sou, fazia para te agradar e nem vem me falar que era por falta de sexo, porque muitas das vezes era você a não colaborar!
— Queria atenção! Você vive naquele hospital e nunca estava presente, sem falar que não saía de perto da Pillar! Pensa que não sei ou que sou cega? Tudo isso é somente sua culpa. — Comecei a rir da merda que acabei de escutar — Fiz por ser você a iniciar a traição e não me arrependo!
— Está muito equivocada, nunca olhei para Pillar com malícia. Pelo contrário, tenho muita admiração por minha aluna, são sete anos a ensinando para se tornar uma ótima neurocirurgiã.
— Deixa de ser mentiroso! Você estava trepando com ela ou pensa que nunca reparei? Não seja ridículo. Sabe que não vou me separar de você, aturei sua traição, fará o mesmo comigo.
Minha risada dessa vez veio do fundo da garganta devido às asneiras que estou sendo obrigado a ouvir.
— Pode rir à vontade, o nosso divórcio não vai acontecer!
— Quero saber em que mundo vive para acreditar que tem domínio sobre mim ou que pode decidir alguma coisa ao meu respeito? — Questionei ponderando minha vontade de gritar com ela — Pillar, é somente minha aluna e nada mais do que isso. Pode falar a merda que quiser, minha consciência está limpíssima, já você, por que não pediu o divórcio?
Questionei desviando minha atenção da estrada para olhar em sua direção, encontrando-a de braços cruzados, balançando a cabeça em negativo como se fosse a dona da razão.
— Me fala! Aí poderia ficar com quem quisesse. Agora me colocar nessa situação? No baile beneficente do meu hospital, justo com ele! — Soquei o volante liberando fragmentos da minha ira — Acabou, não tem mais casamento.
— Saiba que permaneceremos juntos até o fim da vida. Você jurou me amar até meu último suspiro, mas de uns 5 anos para cá não me olha como antes!
Deu uma justificativa de merda, já que sempre fui atencioso e loucamente apaixonado por ela!
— Não aceito o divórcio, direi o que aos meus pais?
— Que me traiu com um dos médicos do meu Hospital no baile beneficente que levei meses para organizar. Diga a verdade, porque se não fizer, farei eu!
— Não aceito a separação! Prefiro a morte do que ter que dizer a todos que vou me divorciar!
— Vai se preparando, porque nosso casamento acabou! Assim você pode ficar com ele! — Declarei com seriedade — Me conhece há tempo suficiente para saber que não retrocedo nas minhas decisões.
Ela me deu um tapa na cara levando-me a desviar da estrada, o carro derrapou no canteiro de areia. Tentei controlar as rodas, só que dirigindo a mais de 100 quilômetros ficou difícil e a última coisa que vi foi meu carro indo a toda velocidade em direção a um poste!
Para cada final vários começos….PILLAR MATERALLAUM ANOS E MEIO DEPOIS ───━━━━─ ● ─━━━━─── •Um sorriso surgiu em meu rosto enquanto admiro Manuela e Alejandro brincando no chão da sala. Ambos estavam deitados, pois ela imitava tudo que fazia, suas risadas ecoam pela casa e me lembrei do dia em que a entreguei a este mundo.Foi doloroso, mas a dor valeu! E quando digo doloroso quero dizer muito, porque não foi tão fácil como imaginei e passei algumas horas sofrendo para colocar essa bonequinha para fora. Manu quem realizou o parto nas circunstâncias em que tudo aconteceu, mas quando seu chorinho ecoou a sala de pré-parto ali eu senti que mais um ciclo se iniciava, o de mãe e oficialmente protetora da minha filha.Ela veio para meus braços chorona e estressada, mas ouviu a minha voz de que tudo ficaria bem e seu choro cessou, ela tentou abrir os olhos quando Alejandro disse que nos amava.Sequei uma lágrima discretamente antes que ele percebesse. Com relação a essa família, digo a mi
Se perdoe...Você não tinha a maturidade que tem hoje.ALEJANDRO MATTERALLA ───━━━━─ ● ─━━━━─── •A semana passou voando e quando vi já estava me preparando para o baile que acontecerá hoje. Ontem minha noite foi maravilhosa, jantei com meus amigos aqui em casa, já que depois do pedido de casamento Pillar pediu que levasse minhas coisas para sua casa e que de agora em diante é a nossa.Pedro e Manuel vieram jantar conosco e minha sogra, que sequestrou aquele ratinho que Pillar apelidou de Fifi. Até tento esconder meu ciúme com relação aquela bola de pelo, mas amo essa cachorra.Deixei meus devaneios ciumentos com relação à minha sogra que não quer devolver minha cachorra de lado e voltei ao evento beneficente.Mesmo que o baile seja hoje, não estou nervoso como das últimas vezes porque curiosamente o único estresse que tive foi com o bufê, tirando isso o restante está ok.Até o Dr. Salvani não ficou me sugerindo coisas absurdas de última hora como lugar ao qual deveria ser feito, ou
Ninguém vai roubar de você quem realmente quer ficar do seu ladoALEJANDRO MATTERALLA ───━━━━─ ● ─━━━━─── •O dia passou rápido e às quatro, Dolores confirmou que estava tudo pronto e até o nosso jantar deixou no forno, que era somente aquecer.— Meu Deus! Até isso ela já fez! — agradeci e comecei a finalizar as pendências.Lembro que em meu casamento com a Damires, ela sempre comprava o que minha falecida esposa gostava em cada data comemorativa e acredito que saiba do que a Pillar gosta para fazer todas essas coisas, com Damires não tinha tudo isso.— Bom, confio nela de olhos fechados e sei que está divino.Voltei minha atenção para as compras das camas para o terceiro andar e mais um gerador, para não ficar contando só com um. Me entreti com isso que quando percebi Pillar já estava na minha sala.— Falei com minha mãe que nosso fim de semana será em sua casa e ela disse que cuidará da Fifi para gente. — veio me beijar e sentou em meu colo.— Viu, poderemos namorar muito. — declar
O MALdas pessoas é inventar desculpas para esconder seus erros, ao invés de ter a dignidade de assumi-los.ALEJANDRO MATTRALLA ───━━━━─ ● ─━━━━─── •Seu silêncio me deixou agoniado e juntamente com a dor minha paciência já nem existia mais. Me levantei e fui atrás de gelo, porque não quero ser rude. Primeiro por estar grávida e mesmo que esteja chateado, preciso ter muita calma para entender suas atitudes.— O que aconteceu aqui? — respirei fundo, não acreditando que ela ainda não saiba.Pensando em como começar essa conversa sem gritar ou ser extremamente grosseiro, coloquei bastante pedra de gelo no saco e o envolvi com um pano para não entrar em contato direto com a minha pele.— Fala comigo...— Por que mentiu para mim? — fui direto ao ponto antes de me juntar a ela no sofá — Preciso saber, o que te levou a me esconder esse filho?Sua fisionomia de espanto me deixou bem desconfortável.— Você acredita que ele realmente seja seu, quero dizer, tenho consciência que estou grávida d
Amigos de verdade falam coisas ruins na sua cara e dizem coisas boas nas suas costas.ALEJANDRO MATTERALLAMEDIC SALUD | 07:00 ───━━━━─ ● ─━━━━─── •Depois que Manuel confirmou que Pillar conseguiu convencer a mãe de vir para Madri, entendi que a qualquer momento ela estaria de volta aos corredores do Salud e de certo modo isso me incomoda, porque não sei como será para mim ter que lidar com ela e o namorado ou marido, sei lá o que esse filho da puta representa para ela! Enfim, não desejo vê-la aos beijos pelos corredores.Grunhi ao sair do táxi. Andei poucos metros e considerei voltar para casa quando notei o carro dela estacionado em sua vaga habitual.— Tomara que não tenha o desprazer de ver esse homem vir buscá-la na porta do meu hospital. — balbuciei enquanto subo a rampa de acesso — Nunca na vida que iria imaginar que aos 39 estaria apaixonado por uma mulher 12 anos mais nova do que eu, como se não bastasse, a própria terminou comigo por telefone!Neguei com a cabeça, me achan
Não fique olhando para o relógio, faça como ele: MEXA-SEPILLAR LAZZAROMARBELLA/ESPANHA ───━━━━─ ● ─━━━━─── •Olhei para o relógio pela milésima vez, mesmo a hora avançando parecia que o ponteiro não saía do lugar. Já mudei de posição umas mil vezes e agora não posso fazer isso porque a Fifi está em cima de mim.Tento me mexer, só que essa abusada solta alguns latidos reclamado, porque quer ficar em cima da minha barriga e estou evitando movimentos bruscos para não acordar minha mãe.Fechei meus olhos e fiz mais uma prece pedindo a Deus que Alejandro aceite nossa filha: Deus, ele não precisa ficar comigo, desejo imensamente que essa menininha tenha o prazer de conviver com o pai e conhecer a pessoa maravilhosa que ele é.Fifi se remexeu me tirando dos meus devaneios porque suas unhas estão me arranhando.— Sossega... — murmurei bem baixinho — Vai dormir!Ela soltou uns latidos abusados, porque briguei com ela, mas não saiu de cima.— Filha, está tudo bem?!— Desculpa é a Fifi que es
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