NICHOLAS

Caminhei pelo corredor, sentindo o eco dos gritos de Sarah reverberar pela casa, enquanto minha mente se debatia contra os próprios pensamentos. O ar estava pesado, carregado pela tensão que eu mesmo havia criado.

Ela teve sorte, pensei. Sorte de não ser punida como meu pai fazia comigo me deixando no escuro, sozinho, sempre que algo dava errado. Mas eu nunca seria como ele. Nunca.

Ainda assim, a raiva queimava dentro de mim como brasas incandescentes, alimentada por cada palavra dela, por cada vez que desafiava minha autoridade.

Eu precisava esfriar a cabeça. Peguei as chaves do carro e saí, dirigindo sem destino até acabar na casa de Catharina. Ela me recebeu com um sorriso convidativo, mas algo parecia vazio. O toque dela não me despertava nada. O beijo foi frio. Não era ela que eu queria.

Deitei-me no sofá, o gosto amargo da bebida ainda presente em minha boca, e fechei os olhos. Eu queria apagar tudo. Apagar a sensação sufocante de que Sarah estava trancada em casa, esp