NICHOLAS
Estaciono o carro na garagem e entro em casa. O som da televisão ecoa pela sala. Estranho. A essa hora, apenas Lunna costuma ficar aqui, dizendo que a sala a faz sentir como se estivesse no cinema.
Caminho até o sofá e me deparo com Sarah, adormecida, enrolada em cobertores.
Por que ela está aqui? Ela quase nunca usa este cômodo. Desligo a TV, ponderando se devo acordá-la ou deixá-la dormir. Opto pela primeira opção.
— Sarah, vá para o seu quarto — digo, tocando-a suavemente.
Ela se mexe, abrindo os olhos lentamente.
— Que horas são? — murmura, antes de estreitar os olhos. — Pensei que passaria a noite na casa de uma das suas tantas companheiras. Seria interessante escolher apenas uma, caso contrário, corre o risco de pegar alguma doença.
Minha paciência se esgota. Quem ela pensa que é para falar das mulheres com quem fico? E ainda com esse tom calmo, como se eu fosse irrelevante para ela?
A irritação cresce. Será que ela realmente não sente nada por mim?
Estou me enganando