SARAH
Eu podia sentir as lágrimas querendo vir à tona, queimando por trás dos meus olhos, mas não daria esse gosto a ele. Não mais.
Nicholas se manteve em silêncio, as mãos firmes no volante, a expressão impassível como se nada do que aconteceu naquela noite tivesse qualquer significado. Como se eu fosse apenas um incômodo passageiro no banco ao lado.
A raiva crescia dentro de mim, misturada ao álcool que nublava meus pensamentos e embaralhava minhas palavras.
— Não tem nada a dizer?! — insisti, minha voz entrecortada pela mistura de emoções. O mundo girava ao meu redor, e por um momento, quase perdi o equilíbrio dentro do carro.
Ele continuou calado, os olhos fixos na estrada, ignorando cada palavra minha. Até que o veículo parou diante da minha casa. Só então percebi o problema.
Minha bolsa.
Meu celular.
Minhas chaves.
Eu os havia deixado no bar.
Meu estômago revirou com a frustração.
— Esqueci minha bolsa lá, seu idiota! Você me trouxe sem ela, e agora vai ter que voltar para busca