LUNNA
Meu nome é Lunna, tenho dez anos, e o meu maior desejo sempre foi conhecer o meu pai.
Amo minha mãe profundamente. Ela é tudo para mim: minha amiga, minha protetora, minha heroína. Nunca me faltou amor, carinho ou dedicação, mas existe uma lacuna dentro de mim que nunca foi preenchida: o rosto desconhecido do homem que me deu metade de quem eu sou.
Minha mãe é uma mulher belíssima, de pele negra como a noite, olhos profundos como um mistério e cabelos cacheados que dançam ao vento. Para mim, ela é perfeita. Já eu sou branca, tenho olhos azuis e cabelos loiros, tão diferentes dela que, desde pequena, precisei enfrentar as dúvidas e os olhares desconfiados.
As pessoas nos olham como se fôssemos estranhas uma para a outra. Na escola, me perguntavam se minha mãe era minha babá. Eu não entendia o motivo disso até o dia em que minha mãe me explicou, com sua voz doce e paciente:
— As pessoas se prendem muito à aparência, meu amor. Mas o amor que existe entre nós é muito maior do que qu