Cap. 103
Cap. 103
Maya segurava firme a pasta contra o peito enquanto observava o letreiro iluminado à frente da entrada.
A boate parecia deslocada daquele trecho esquecido da cidade, sofisticada demais para a vizinhança.
As luzes de néon pulsavam em tons rubros e dourados, refletindo nos carros escuros parados à frente. O som abafado da música eletrônica vibrava pelas paredes, mas o que mais a incomodava era o fato de não saber o que exatamente a esperava lá dentro.
Ela tragou o medo e entrou.
Vestia sua roupa comum de trabalho — saia escura, blusa branca de tecido leve e um blazer creme já um pouco amarrotado pelo dia longo. Estava deslocada ali, onde todos usavam preto e couro, e onde o cheiro de cigarro, poder e feromônio se misturava no ar como perfume de domínio.
No saguão, dois seguranças a olharam de cima a baixo. Maya se apresentou com a voz mais firme que conseguiu reunir.
— Sou uma representante das Indústrias Kan e vim para a reunião com o empresário... da família Kan. — disse, des