4: Trama dos trigêmeos.

Capítulo.4

Faltava menos de uma hora para o casamento do alfa Samuel Kan, mas o noivo não sentia alegria. Em vez disso, carregava um peso que misturava ansiedade e melancolia, ele ainda não tinha visto Maya nesse intervalo de anos depois que finalmente a encontrou.

Horas antes da cerimônia, ele estava em seu escritório, cercado por líderes das empresas da família.

Enquanto os anciões discutiam com entusiasmo os detalhes do evento, Samuel mal ouvia.

Seu pensamento estava longe dali, em Maya, a mulher que ele tinha certeza ser a pessoa que ele tanto esperou por todo esse tempo, mas os anciões não tinham ideia.

A muito tempo eles exigem que Kan se casasse e finalmente tivesse filhos para prosseguir com a sua linhagem hibrida, mas ele sempre se recusou por um bom motivo que ele guardava em seu coração, havia alguém que ele estava esperando.

Mais de cem anos haviam se passado desde que os lobos foram lançados naquele novo mundo.

Ali, ele construiu um império de poder e influência entre os humanos, que avançavam cada vez mais rumo à modernidade.

— Um lobo centenário ainda sem herdeiros! Isso é ultrajante! — vociferou um dos anciões.

Samuel mal reagiu. Herdeiros, poder, linhagem, nada disso importava. Tudo o que ele queria era encontrar sua verdadeira parceira, a única que seu coração reconhecia como sua Luna.

Ao longo dos anos, os anciões tentaram o convencer e fazer ele aceitar qualquer casamento aristocrático, e ele sabia que em algum momento teria que ceder, mas suas esperanças foram acesas.

Quando encontrou Maya, ele sabia que sua Luna tinha renascido e era ela.

A deusa havia cumprido sua palavra. Samuel a encontrou, viva, mas sem lembranças de sua antiga vida, uma adolescente frágil, sem vestígios do poder que um

dia possuíra. Por isso, escondeu sua identidade e obrigou a família dela a fazer o mesmo.

Queria que ela vivesse em paz, sem o peso de um passado que nem sequer lembrava.

Samuel carrega uma maldição deixada pela lâmina que tirou a vida de sua parceira. Um corte na orelha direita, que jamais cicatrizara, brilhava com uma luz verde venenosa.

Uma vez por ano, ele precisava resistir à dor para não sucumbir ao veneno forjado para matar deuses.

A cada ardência, lembrava-se dela. Lembrava que precisava esperá-la.

— Samuel Kan finalmente vai se casar — anunciou o pai, com tom solene. — Em breve, veremos o renascimento do que foi esquecido.

Samuel apenas assentiu, sem emoção.

Quando a reunião terminou, ele se levantou, encerrando o assunto com firmeza.

— Estou cansado, senhores. Tenho outras pendências com meus irmãos, uma ultima reunião antes do meu casamento.

Os anciões se curvaram e deixaram a sala.

Samuel caminhou até o salão ao lado, onde os três irmãos o esperavam, rindo como se nada importasse.

— Vejo que estão se divertindo — disse ele, com um meio sorriso, embora soubesse que eles tramavam algo.

Lembrava-se da última punição, dias presos no subsolo, diante das criaturas do submundo. Eles jamais esqueceriam o terror, mas também não parariam de provocar Kan, mesmo sabendo que sua liderança era intocável.

— Viemos pedir desculpas, irmão — disse um abaixando a cabeça em submissão.

— Tudo bem — respondeu Samuel, com ironia. — Hoje é o dia do meu casamento, o dia em que muitas coisas serão realinhadas.

Os três se entreolharam, confusos.

— Pensávamos que só se casaria quando sua parceira reencarnasse — disse outro.

Samuel sorriu, frio.

— Não vou mais esperar. Meu legado está em risco, tenho que fazer o que um líder tem o dever de cumprir.

Os irmãos serviram-lhe um drinque. Ele os observou com cautela, sentindo o cheiro de magia na bebida, mas ele sempre tomava da mesma forma, apenas para se gabar que como um semi deus ele não sentia o efeito daquelas coisas.

— Vai abrir mão de séculos de espera? — um deles provocou. — E se a deusa realmente a trouxer de volta? Vai deixar sua amada destinada a você desamparada?

— Ela voltará — respondeu ele, calmo. — Mas há coisas mais urgentes agora.

Samuel jamais revelaria que Maya já havia renascido. Proteger a garota era sua prioridade, e aquele casamento fazia parte disso.

Ele levou o copo aos lábios, mas hesitou por um instante, aquele ar de segurança sumiu por um instante então, Pegou a garrafa e bebeu direto. Uma gargalhada ecoou pela sala.

Então, o chão pareceu girar. Um calor estranho percorreu lhe as veias.

— O que é isso? A garrafa também está? — murmurou, atordoado. Encarando os irmãos.

— o vendedor estava certo o efeito era imediato, que incrível.

— Poção para semi deuses, no copo tinha poção para lobos, mas já era um truque veio sabíamos que você ia perceber, mas a poção para híbridos e híbridos de deuses é menos perceptível. — disse um dos irmãos, divertido. — Desperta desejos incontroláveis... e só passa quando são satisfeitos e o melhor, anula o vínculo por um período, mesmo que não seja necessário para você.

A mente de Samuel começou a nublar. Foi arrastado até um quarto, trancado por fora, enquanto três mulheres o esperavam.

Ele sentiu o instinto tomar o controle, o corpo queimando por dentro. Mas a lembrança de Maya o fez resistir.

Ela era a única.

A única por quem ele quebraria maldições e esperaria séculos, se fosse preciso.

E nada, por isso que naquele momento em uma última tentativa desesperada, ele desapareceu pulado pela janela baixo em uma agilidade monstruosa, nem veneno, nem destino, nem desejo, o faria ceder antes de tê-la novamente em seus braços.

Mas ele não contava que poderia ser encontrado, por quem menos poderia esperar ou imaginar.

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