31. Eu preciso continuar.
Hoop
A chuva engrossa.
Gotas pesadas castigam as folhas, o solo e o meu corpo encharcado. Cada passo que dou faz a lama grudar mais nos meus pés descalços, e sinto os dedos congelarem dentro do barro. Mas continuo. Eu preciso continuar.
A cada metro, a dor no meu peito se intensifica, como se algo estivesse sendo arrancado à força de dentro de mim. Um vazio desesperador toma conta do meu coração. Um aperto cruel, sufocante… como se eu estivesse perdendo algo que nem sabia que tinha.
— Que merda está acontecendo? — sussurro, com a voz rouca e os lábios tremendo.
As árvores ao redor se tornam mais densas, galhos se arrastam contra minha pele como garras, e a escuridão da floresta me engole por completo. Um trovão corta o céu, iluminando por um breve instante um casebre distante, meio escondido entre arbustos e vinhas retorcidas.
Um suspiro escapa dos meus lábios.
Meus joelhos quase cedem, mas me obrigo a avançar, mesmo com o corpo fraco, mesmo com o mundo girando. Cada passo é um esforç