29. Não confie nela.
Connor
— Agora! — ordeno, e avançamos.
O campo se torna um caos. Lobos se chocam em pleno ar, presas cravando carne, garras rasgando peles. O cheiro de sangue é espesso, cortando o ar como lâminas invisíveis.
Luto ao lado de Hand e dois soldados fiéis. Um dos renegados tenta me atingir pelas costas, mas Hand o derrubo com um giro e crava uma lâmina em seu peito.
— Era para estar protegendo nas meninas.
— Que bom que resolvi cuidar do meu Alpha. E Meg sabe se cuidar.
Dou uma olhada rápida em sua direção, ele sorri confiante e cola suas costas à minha.
— Avancem! Protejam o flanco direito! — Continuo dando ordens, mesmo com o sangue escorrendo pela lateral do meu rosto.
Estamos vencendo. Os renegados recuam, um a um. Então, sinto.
Uma fisgada aguda. Um rasgo traiçoeiro de dor que me paralisa.
Ofegante, abaixo os olhos.
Uma lâmina, suja, atravessa meu lado. Por trás.
Cambaleio, o gosto ferroso enchendo minha boca. Viro lentamente.
Meu pai está ali. O olhar vazio. A mão firme ainda segura