A chuva castigava a terra naquela noite, como se o próprio céu estivesse furioso. Relâmpagos cortavam as nuvens pesadas, iluminando o quarto de Luna por breves instantes, enquanto trovões faziam o chão vibrar.
Sentada em sua cama, apenas a luz amarelada do abajur afastava um pouco da escuridão. A caneta corria pelo diário, tentando capturar o turbilhão de sentimentos que fervilhavam dentro dela. Mas não havia palavras suficientes para descrever o caos daquele dia.
Suspirando, ela largou a caneta e ergueu os olhos, pousando o olhar no porta-retrato sobre o criado-mudo. A imagem de sua mãe parecia brilhar sob a fraca luz, como se fosse uma lembrança distante de tempos mais simples.
Com as mãos trêmulas, Luna pegou a foto e deslizou os dedos sobre o rosto sorridente da mulher que tanto amava.
— Que saudades de você, mãe... — murmurou, a voz embargada. — Queria que estivesse aqui.
Uma lágrima rolou silenciosa por seu rosto. O peso das revelações daquele dia esmagava seu peito. Tudo o que