DAVINA
O hospital cheirava a produtos de limpeza. As luzes brancas faziam tudo parecer mais frio, mais clínico, como se nada ali pudesse ser real. Mas era. E Aaron estava em uma maldita sala de cirurgia.
Meus punhos estavam cerrados ao lado do corpo enquanto eu andava pelos corredores com passos pesados. Meu peito subia e descia em um ritmo descontrolado, e minha cabeça girava com perguntas sem resposta. A dor, a culpa, a raiva, tudo misturado em uma tempestade dentro de mim.
E então eu os vi. Os pais dele.
Eles chegaram quase ao mesmo tempo que eu e Gutemberg, mas sumiram por um tempo.
David Miller e Jonathan Blake estavam em um canto. David parecia aflito, olhando o tempo todo para o corredor, como se esperasse que alguém aparecesse a qualquer momento com uma notícia ruim. Jonathan, por outro lado, mantinha-se fechado, sua expressão impassível como se nada o abalasse. Homens de ternos caros, um preocupado demais e o outro indiferente, como se estivessem lidando com um problema buroc