Elena Rossi
Os dedos dele encostaram na base do meu pescoço, frios e controlados. Nenhum gesto foi demorado, nenhum movimento, acidental. Mesmo assim, o simples contato pareceu acender algo embaixo da minha pele, uma corrente que subiu pela espinha e me fez prender o ar sem perceber.
Ele ajustou a joia com lentidão, o polegar roçando de leve a curva do meu pescoço, apenas o suficiente para provar um ponto que eu não entendia.
— Está tremendo. — disse com a voz baixa, próxima o bastante para que eu sentisse o calor das palavras roçarem minha nuca.
Fechei os olhos.
— Está frio. — menti, sentindo a minha respiração falhar.
Senti o fecho se encaixar, um clique suave, metálico e logo o peso da joia desceu, repousando sobre a pele exposta do meu peito. O toque dele cessou, mas o corpo ainda reagia como se não soubesse o que fazer sem aquele breve contato.
Ele não se afastou.
Pude sentir a presença dele logo atrás, imóvel, respirando com calma. As mãos, embora não me tocassem, ainda cercava