Vitória,
Abraço ele, e até pensei que ele me soltaria por não ter pedido permissão para fazer isso, mas pelo contrário, ele me abraçou de volta, me apertando contra o seu corpo. Ele me pega no colo e nos senta no sofá. Solto do abraço e abaixo a minha cabeça.
— Continue! — Ele manda. Respiro fundo e continuo.
— Ele sorriu, como um demônio, como se fosse algo do mal e disse que ia me mostrar quem mandava naquela casa, e ia me mostrar também se ele podia ou não bater nela. Ele foi até ele e a puxou pelos cabelos, eu fui pra cima dele, mas ele me empurrou e eu acabei batendo a cabeça. Tudo ficou embaçado, turvo, não conseguia ver nada direito, mas consegui ver o vulto dele em cima da minha mãe e os gritos dela de dor... Eu tinha 14 anos, eu deveria ter obedecido ela e não ter mexido com ele.
— Você não teve culpa, Vitória! — Tento me levantar do colo dele, mas ele me segura. — Fica aqui! Você não teve culpa, você só estava tentando defender a sua mãe. Ele a matou. Coloca isso na sua cabe