Recomeçar era a palavra chave na vida de Angeline. Depois de enfrentar um grande abalo ainda na infância, nada mais poderia ser pior. Mas o quanto se pode esperar do destino? Pode ele afetar outras vidas em nome do bem maior? Angeline irá descobrir que não se pode fugir do que já foi profetizado quando um evento inesperado no cemitério desencadeia pesadelos terríveis interligados a um assassino em série. Logo ela se verá no mundo misterioso das sombras onde vampiros são reais e estão a sua procura. Segredos sobre sua família serão revelados, perdas irreparáveis serão sentidas e as ações de suas escolhas provocará consequências inimagináveis que podem suscitar uma batalha sangrenta nunca vista antes.
Leer más✥ Cada partícula do meu corpo parecia reagir pela necessidade de ver Nate. Minhas mãos formigavam, meu estômago se agitava como se borboletas estivessem voando dentro e meu coração batia forte. Serpenteando pela trilha de arbustos floríferos podados, vou adentrando cada vez mais para dentro do jardim e deixando o enorme edifício para trás. O céu estava escuro e a lua muito branca e redonda em volta das centenas de estrelas, observava silenciosamente o meu caminho. A vontade de ficar nos braços de Nate consumia meus pensamentos e me faziam esquecer os últimos acontecimentos. Eu poderia estar ficando maluca por ignorar o que tinha acontecido do refeitório e talvez, inconscientemente essa fosse a minha vontade. Eu quero estar livre de qualquer preocupação e aproveitar a chance de estar ao lado dele. Mesmo que para isso, tenha que passar por cima de uma das regras disciplinares. O jardim do colégio é gigantesco, a grama em todo lugar é bem aparada e sempre verde. Postes coloniais ilum
✥ Eve retornou pouco tempo depois de anoitecer e resumiu em poucas palavras o assunto que a levou até a casa de seu pai. Homem a quem ela intitulava como seu tutor, sempre se referindo a ele como sr. Desmond, um alguém que exercia o papel da paternidade apenas pelo dever moral perante o status social. Eu não conhecia muito sobre o passado dela e não é como se ela gostasse de dividir os detalhes mais conflitantes de sua infância. Tudo o que me permitia saber era que o homem, cujo um dia havia sido seu pai, enterrou a paternidade junto com a esposa e se tornou um carrasco amargurado dependente de altas doses de brandy e charuto caros. Casando-se anos mais tarde com a sócia e afastando de vez qualquer possibilidade afetiva de pai e filha. — Não acredito que ele te intimou a escolher uma faculdade. Quero dizer... — meu cenho se franziu. — Ainda falta um ano e meio para você terminar o colégio. Por que a pressa? Estava sentada no meio da minha cama com as pernas em posição de yoga, pent
✥ O livro em cima cama parecia me observar de uma forma indireta, com um poder intimidador e invisível, me deixando acuada e sob pressão. Eu me sentia vítima de uma piada de mau gosto do universo. Ficar andando de um lado para outro pensando na hipótese de pisar na biblioteca para devolvê-lo se tornou a tarefa mais difícil do meu dia. Havia uma briga absurda dentro de mim que não fazia sentido algum. A parte racional do meu cérebro insistia que não tinha razões para tal comoção e que tudo estava como costumava ser, com a calmaria habitual alinhada as normas de conduta e de exigências do colégio. Porém, toda vez que eu decidia dar ouvidos a essa parte racional e deixava a infantilidade de lado. Um medo crescente tomava espaço em meu ser, os pelos do meu corpo eriçavam friamente e um novo nó voltava a se formar em meu estômago com a voz horrenda disparando dentro da minha cabeça de que eu jamais despertaria. Em meu último ato de co
✥Na manhã seguinte, fui despertada com batidas insistentes na porta do meu quarto e com uma Kathryn impaciente resmungando que iria atrasá-la para o trabalho. Fui obrigada a descer de qualquer jeito. Bem, na verdade, meu cabelo era a única coisa em mim que precisava de fato ser ajeitado. O volume das mechas onduladas estava decididamente inclinados em não me obedecer, tanto que decidi deixar como estavam, caindo em longas cascatas em meus ombros e costas.O café da manhã já estava posto à mesa e em silêncio fiz minha refeição. Cereal com leite na tigela, um pedaço de torta de maçã e uma xícara de café era o que eu poderia chamar de café da manhã aborrecido.Minha irmãliaintencionalmente o jornal no sof
✥Meu tronco se ergueu em um movimento brusco quando traguei o ar de volta para os pulmões. Meu peito subindo e descendo incapaz de sustentar o ar enquanto meu coração batia dolorosamente contra as paredes do peito. Observei atônita a decoração familiar do meu quarto entrar em foco e a realidade ganhar forma ao meu redor.Olhei para o relógio digital, que pertenceu ao meu pai, em cima da minha cabeceira. Eram oito horas e trinta e cinco minutos. O abajur já estava desligado e a janela erguida pela metade, permitindo a entrada de raios de sol amanteigados. O pano cor-de-rosa das cortinas arregaçadas balançava vagarosamente com a brisa suave da manhã.Aquilo foi um pesadelo
O clima estava agradável após um dia de calor intenso. O céu salpicado de estrelas prateadas e brilhantes com a lua crescente perfeitamente projetada no centro. A sua luz pálida acentuava com esplendor a claridade do colégio e sua estrutura arquitetônica vitoriana, vislumbrá-lo era como se deparar com um castelo dos típicos filmes do Conde Drácula. Eu o adorava. Karyn havia partido há poucos minutos, quando certificou que Edgar, em sua guarita de segurança, liberou minha passagem pela abertura automática dos portões gigantescos de ferro. Entre as fiadas lâminas do seu topo o nome Jardim Prata, forjado em arco enegrecido, só tornavam a instituição mais extravagante. Reparei que os alunos estavam dispersos pela área externa do colégio, aproveitando o frescor noturno antes do toque de recolher e eu sabia que com a Evelyn não seria diferente já que ela aproveitava cada oportunidade que cirurgia para ficar ao ar livre e sentir, mesmo que mo
Parte I - Segredos Revelados"Nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que seja conhecido e venha a luz do dia.— Evangelho de Lucas 8,17✥Adeus.Indicação de despedida; sinal, palavra, gesto ou acontecimento que assinala a partida de alguém.Palavra que possuium significado tão profundo quanto o amor, a morte e o perdão. Há situações que temos que estar prontos para a partida iminente, ma
Inverness, Escócia - 1852 Uma terrível tempestade caía desde o fim da tarde. Nuvens densas na cor carvão tingiram o céu na hora mais escura da noite, cobrindo-lhes como uma mortalha. Apagando o brilho das estrelas e a iluminação precária do luar. Um vento forte rumava em fúria, sentido ao norte e intensos relâmpagos retumbavam em uma dança espetacular de clarões brancos, lindos de serem vistos e completamente letais. Os habitantes de um vilarejo ocultado pelas montanhas se encontravam reféns não apenas da fúria devastadora mãe da natureza, mas também do terror inominável que lhes caíram como uma maldição. Pés descalços desciam uma escadaria pedregosa esculpida secretamente em uma das montanhas de Krane. A curvatura sem fim dos inúmeros degraus quando ultrapassados tornavam próximo o refúgio mais distante e o mais seguro. Descer novamente aquela escadaria profunda era como regressar ao passado para mudar o futuro.