O CORREDOR ESTAVA lotado, como sempre. Alunos passavam apressados, tropeçando uns nos outros, livros escorregando de braços distraídos, risadas e conversas enchendo o espaço como um zumbido constante. Eu seguia em silêncio ao lado da Eve, tentando ignorar o peso crescente nos meus ombros, como se a noite passada ainda estivesse me puxando para trás.
— Você não dormiu nada, né? — a voz de Eve cortou o barulho, descontraída, mas cheia de intenção. — Tá estampado na sua cara.
Pisquei algumas vezes, como se isso pudesse mascarar o cansaço.
— Só não consegui relaxar. — minha voz soou baixa, quase abafada pelo movimento ao nosso redor.
Ela parou por um momento para ajustar a alça da mochila e me olhou de canto de olho.
— Não conseguiu relaxar ou tem alguma coisa te incomodando? — perguntou, insistindo com aquele jeito típico dela. — Ontem você tava tão estranha, até com a mensagem do Nate.
Tentei rir, mas o som saiu estranho. Eu sabia que não conseguiria enganar Eve por muito tempo. Ela semp