Com os cabelos ainda úmidos, me sentei à mesa de jantar,
relaxado. O dia tinha sido tenso, com intermináveis reuniões com o
pessoal do partido, analisando budget e estratégias para a
campanha, e eu me via cada dia mais ansioso pelos momentos em
que chegava em casa.
Tentava me convencer de que era porque os expedientes
vinham sendo muito cansativos, que não tinha nada a ver com
Isabelle, mas era só um jeito de me enganar.
Eu gostava da companhia dela.
Adorava a forma como a coisa mais simples poderia deixá-la
empolgada e a maneira como cada assunto conseguia se tornar
mais divertido com seus relatos cheios de expressões e ênfases.
Ela era um ponto de inocência e delicadeza em meio à minha
rotina estressante e séria.
A gente tinha estabelecido uma rotina confortável onde
jantávamos juntos todos os dias. Naquela noite não seria diferente.
Gostava, também, de como parecia um pouco mais à
vontade comigo a cada dia, até mesmo para, como daquela vez,
aparecer de pijama, com os cabelos presos