Comparecer a eventos começou a se tornar algo mais
cotidiano para mim. Tanto sozinha quanto com Richard. Nossa
agenda era um caos, quase nunca conseguíamos ficar em casa à
noite, e para ser sincera, menos ainda ficávamos sozinhos.
O beijo que compartilhamos durante aquele jantar nunca
mais foi comentado, e eu sentia como se aquela fosse uma enorme
lacuna entre nós. Não fora um gesto apaixonado, mas mexeu
comigo, pelo que poderia ter sido.
Pelo que poderia significar.
Porque poderia ser um prelúdio de algo mais, ou de
absolutamente nada; uma esperança vã.
Talvez fosse melhor não remexer naquele vespeiro, não
mexer nos sentimentos que nos cercavam enquanto não
entendêssemos direito o que estava acontecendo conosco.
De resto, as coisas estavam iguais. Nós acordávamos,
tomávamos café da manhã e cada um seguia com seu dia. Ele ia
para o gabinete, Amy chegava e o trabalho tinha início. Eu tinha
ficado responsável pelo Recanto, não só pelo projeto de parceria
com alguma faculdade, mas por ou