Sinto que estou afundando mais nesse enigma chamado Karan.
Seus olhos deixam os meus por um instante e se voltam para o envelope, onde as fotos ainda estão à mostra na cama. Quando ele olha para mim novamente, seus dentes estão trincados, e posso ouvir o som de sua respiração pesada.
—Não? Você acha que sou um... um... um ghabiun? —ele cospe a palavra com tanta raiva que até parece doer em sua garganta.
Eu fico aturdida, tentando entender o que ele acabou de dizer. A palavra soa estranha, mas ao mesmo tempo, reconheço a intensidade de sua indignação.
—Ghabiun? —repito, hesitante.
Ele parece ainda mais irritado, o rosto ficando mais vermelho enquanto procura uma tradução em sua mente. É como se sua fúria o impedisse de encontrar a palavra certa.
Percebendo o quão perto ele está de perder completamente o controle, resolvo ajudá-lo.
—Você quer dizer bobo, idiot@? —sugiro com cautela, minha voz suave tentando aplacar a tempestade.
Ele me encara, seu olhar queimando com emoções que parecem querer transbordar. Por um momento, o tempo para.
—Isso! E