Amanda
Como eu imaginei, Karan se recolheu logo depois do banho. Ele sempre faz isso, como se buscasse na solidão de seu quarto uma forma de se isolar do mundo — ou talvez apenas de mim.
Ao contrário dele, não tive pressa alguma para ir dormir. Estava com a mente inquieta, e o silêncio da casa parecia gritar. Comecei jantando tranquilamente, com as notícias da televisão preenchendo o ambiente. A voz dos apresentadores era quase um murmúrio ao fundo, enquanto eu me concentrava em mastigar devagar, tentando prolongar o momento, como se fugir da cama significasse fugir de algo maior.
Depois da janta, fui até a cozinha e lavei toda a louça acumulada. Não era muita coisa, mas estendi a tarefa o máximo possível, aproveitando para passar um pano no balcão e no chão. Cada movimento meu era metódico, quase terapêutico, como se limpar a cozinha pudesse organizar o caos dos meus próprios pensamentos.
Quando terminei, voltei para o sofá, buscando distração. Abri a Netflix e escolhi um filme que j