Marco Cesare
Assim que ela joga aquelas palavras para mim, levanto e ando por todo o quarto, buscando compreender essa merda. Não sou um babaca, nunca faria mal a Clara, ainda mais se soubesse que ela estava grávida. Ela fala, mas está tão distante, que sua voz se torna um burburinho, entra em um ouvido e sai pelo outro. Volto para a realidade quando interroga:
— Entende?
— Se entendo o quê? — esbravejo.
— Marco… — Levanta e tenta se aproximar, mas me afasto.
— Eu não sou ele!
— Não é mesmo, e nunca disse nada dessa natureza.
— Insinuou quando falou que não queria passar por isso de novo. Eu não machucaria você, Clara.
— Não é isso, são os riscos que enfrentamos, não quero ser vulnerável novamente, por favor, me entenda.
— Sempre sonhei em ser pai, formar uma família!
— Sou sua família, Stella será sua filha.
— Ela não é minha filha de sangue! — vocifero.
— Será nossa filha, cuidaremos e educaremos ela, Marco. Me escute, por favor.
— Quer dizer que pode criar outra