Zara e Vera tinham uma relação distante, mas com seu pai, Carlos, a conexão era praticamente inexistente.
Como chefe de família e presidente do grupo empresarial, Carlos trazia para casa o mesmo comportamento que tinha no trabalho: autoritário, intransigente, inalcançável.
Se Vera passava para Zara a sensação de favoritismo absoluto por Fiona, Carlos representava o oposto: frieza.
Ele quase nunca estava em casa, e, nas memórias de Zara, jamais havia cumprido o papel de pai. Ainda assim, não permitia que ninguém questionasse sua autoridade como "chefe da família".
Já fazia muitos anos que Zara havia retornado, mas aquela era a primeira vez que os dois jantavam a sós.
Quando Zara chegou ao restaurante combinado, Carlos já estava esperando na sala privativa. Ele olhava para o relógio com uma expressão de impaciência.
— Desculpe pelo atraso. — Disse Zara.
Carlos não se irritou. Apenas levantou os olhos e, com um gesto simples, apontou para uma cadeira:
— Sente-se.
Zara pe