Zara não respondeu às palavras dele. Ela apenas lançou um olhar para suas costas antes de voltar a encarar lentamente a foto à sua frente.
Naquela foto, Vera aparecia em sua juventude. O mais irônico era que ela e Zara pareciam quase idênticas.
No dia do funeral, começou a chover inesperadamente em Cidade N. A temperatura parecia ainda mais baixa do que no inverno do ano anterior.
Zara estava usando um casaco longo, mas, ao ficar no cemitério, sentiu o vento frio atravessar sua roupa como se tivesse olhos, perfurando seu corpo.
A urna com as cinzas já havia sido enterrada. Quando a voz do pastor ecoou pelo cemitério, Zara finalmente percebeu, de maneira quase tardia, que Vera realmente havia partido. Nem o amor, nem o ódio pareciam ter sobrado. Tudo parecia ter desaparecido com a morte dela.
Zara se lembrou do último dia de Vera. Não sabia se era por culpa ou algo mais, mas, no momento final, Vera a chamou para ficar ao seu lado.
O olhar de Vera naquele instante trouxe à to