Melissa não conseguiu conter uma risada sarcástica antes de dizer: — Jéssica, acho que já vi você na internet. — Ah, é mesmo? — Jéssica finalmente olhou para ela, com um sorriso que parecia ensaiado. — Melissa, então você é minha fã? Fã? Ela não merecia tanto. Melissa controlou o impulso de revirar os olhos e continuou: — Fã não é bem a palavra. Só vi algumas das suas lives de vez em quando. Mas, agora que penso, lembro que você tinha um namorado, não? Acho que era um colega seu, não era? — Sim, mas já terminamos faz tempo. — Respondeu Jéssica, com uma naturalidade desconcertante. — Sabe como é, não é crime namorar. No fim, quem não tem um passado? Enquanto falava, Jéssica lançou um olhar direto para Zara, com uma expressão que deixava claro para todos que, na sua opinião, Zara era apenas parte do "passado" de Orson. Melissa rangeu os dentes de tanta raiva. Estava prestes a responder, mas Zara, com um gesto discreto, puxou sua mão. Melissa franziu a testa, contrariada,
— Ai, você não bebe mais, tá? Só de olhar já me dá um aperto no coração! Quando Zara saiu da cabine, ouviu a voz de Melissa ecoando pelo banheiro. Ela estava parada em frente ao espelho, lavando as mãos, enquanto imitava a voz de Jéssica com um tom exagerado, quase caricatural. Melissa nunca havia gostado de Jéssica. E, depois daquela noite, parecia que sua antipatia havia atingido um novo nível. Zara olhou para ela, com calma, e perguntou: — A Jéssica nem fez nada contra você. Por que você a detesta tanto? — Por que eu detesto ela? — Melissa arregalou os olhos, como se Zara tivesse feito uma pergunta absurda. — Tenho motivos de sobra! Você viu o teatrinho dela? Aquela falsidade toda? E mais, você não percebeu o que ela quis dizer? Ela basicamente deixou claro, na frente de todo mundo, que você e o Orson são coisa do passado! E o pior é que ela ainda tem coragem de fazer isso depois de tudo que aprontou! Você sabia que há poucos dias ela estava passeando no shopping com ou
Jéssica respondeu com uma serenidade inquietante, mantendo o olhar fixo em Melissa, como se estivesse desafiando-a a recuar. Melissa, por outro lado, tremia de raiva. Para ela, Jéssica não estava apenas insultando sua inteligência, mas também sua paciência. Então era isso que Jéssica tinha dito para Orson? Mais chocante ainda era o fato de Orson ter acreditado. Se fosse verdade, Melissa teve que admitir que estava errada sobre ele. Ele não era um louco. Era um completo idiota. Zara, percebendo que a situação estava prestes a sair do controle, segurou o braço de Melissa e deu um leve sorriso para Jéssica antes de se virar para sair. Mas a voz de Jéssica ecoou pelo banheiro. — Zara, eu ainda tenho algo para te dizer. — Dizer o quê? — Melissa foi a primeira a se virar. — Quem você pensa que é para falar assim com a gente? — Melissa, eu chamei a Zara, não você. — Você… — Melissa ficou tão furiosa que, por um momento, parecia prestes a avançar e puxar o cabelo de Jéssica.
Emory havia dado o presente para Natália, e Zara acabou aceitando. No entanto, o prendedor de cabelo com pedrinhas brilhantes não agradou à menina. Depois de observá-lo por alguns segundos, ela simplesmente o guardou na gaveta do quarto. — Você não vai levá-lo com você? — Perguntou Zara. Natália balançou a cabeça. — Se você não gostou, quer que eu devolva o presente para o Emory? — Sugeriu Zara. — Pode devolver. — Respondeu Natália sem hesitar. A resposta dela deixou Zara intrigada. — Mas você não gosta tanto do tio Emory? Por que não gostou do presente que ele te deu? Assim que Zara terminou a frase, a expressão de Natália mudou sutilmente. Depois de um breve silêncio, ela respondeu: — Eu gosto do tio Emory, só não gosto desse presente. Zara estreitou os olhos, desconfiada, mas antes que pudesse dizer algo, Natália desviou o olhar e mudou de assunto rapidamente. — Eu prefiro brinquedos, mamãe. Fala pro tio Emory me dar um coelhinho de pelúcia da próxima vez? Za
Como se ela fosse algum objeto sendo disputado sem cerimônia, Zara deu um passo à frente após uma breve hesitação. Ela caminhou até Orson, estendeu a mão e tentou pegar sua própria mala. Orson percebeu o que ela estava fazendo. Aquele gesto… Parecia ser a resposta que ele não queria ouvir. O corpo dele enrijeceu imediatamente, e sua mão segurou a mala com ainda mais força. Zara sentiu a resistência na mão dele. Ela franziu as sobrancelhas, claramente incomodada, e o encarou. — Solte. Os lábios de Orson estavam firmemente cerrados. A tensão em seu braço era visível, com as veias saltando sob a pele. Ele olhou para Zara, incrédulo. Entre ele e Emory, ela havia escolhido Emory? Marta, ao testemunhar a cena, também franziu o cenho. Ela deu um passo à frente, tentando intervir. — Zara, talvez fosse melhor deixar que… — Orson, eu disse para soltar. Zara nem sequer esperou Marta terminar a frase. Apenas repetiu suas palavras, fitando Orson com firmeza. Orson manteve o olha
A casa em Cidade F estava desocupada havia muito tempo. Quando Zara voltou, ela levou vários dias limpando e organizando tudo aos poucos, até que o lugar ficasse minimamente habitável. Durante esse tempo, Natália não ficou parada. Ela acompanhava a mãe com um pano de limpeza, ocupada como uma pequena abelhinha trabalhadora. Zara pensava que, enfim, os dias delas seriam tranquilos e pacíficos novamente. Mas, de repente, uma declaração de desculpas começou a circular na internet. O comunicado era sobre o escândalo de meses atrás envolvendo Zara e Benício. A pessoa que havia espalhado os rumores confessou que, na verdade, nunca tinha visto Zara assediando Benício. Admitiu que inventou a história por ciúme, porque não aceitava que os dois trabalhassem juntos, e queria destruir a reputação de Zara. O caso já tinha sido praticamente esquecido pelo público. Mas o mundo do entretenimento é imprevisível, e Benício era um artista com enorme apelo. Assim que a notícia veio à tona, atraiu
— Sou eu. — Disse Zara. — Eu sei. — Respondeu Orson. — Foi você quem fez isso com o Benício? — Zara perguntou, mas sua voz deixava claro que ela já tinha certeza da resposta. Do outro lado da linha, Orson ficou em silêncio por um instante antes de murmurar um leve “sim”. — Agradeço pela sua ajuda, mas acho que já basta. Por favor, não vá tão longe a ponto de arruinar a carreira dele. — O quê? Você está com pena dele? — Retrucou Orson, com um tom que carregava um toque de sarcasmo. — Um homem que, quando algo deu errado, não pensou duas vezes antes de jogar toda a culpa em você. Ele merece mesmo sua compaixão? Zara entendeu perfeitamente o que ele queria dizer, mas respondeu com calma: — Naquela situação, se ele tivesse tentado me defender, só teria piorado as coisas. Além disso, nossa relação era estritamente profissional. Ele não tinha obrigação nenhuma de me ajudar. E, para ser honesta, ele não foi o único que ficou de braços cruzados, certo? As palavras de Zara deixa
Emory tinha trazido um presente para Natália desta vez: um coelho de pelúcia branco e fofinho. Dessa vez, Natália não recusou. Assim que Zara deu permissão, ela agradeceu educadamente e abraçou o coelho com carinho. Emory sorriu ao observá-la por um momento, antes de voltar seu olhar para Zara. — Como vocês têm passado? — Tudo bem. — Respondeu Zara. — Que bom. Hoje vi as notícias. Parece que tudo o que aconteceu no set de filmagem foi esclarecido. Fico muito feliz por isso. Assim, você pode retomar seus projetos com mais tranquilidade, não é? Zara assentiu levemente. — Acho que sim. — Ótimo. — Disse Emory, acenando com a cabeça. No entanto, o silêncio logo se instalou entre eles. Antes de vir, Emory havia planejado várias coisas para dizer a Zara. Mas agora, frente a frente, ele não sabia como começar. No final, foi Zara quem quebrou o silêncio: — Você não está ocupado no trabalho? — Ah, por enquanto, não muito. — Respondeu Emory. — Eu terminei as pendências d