Pérola Muniz
A manhã de terça-feira já começara carregada de tensão. A empresa parecia um lugar ainda mais opressor que de costume, e meu chefe, Orácio, estava de péssimo humor. Isso tornava minha decisão de pedir demissão ainda mais desafiadora. Minhas mãos tremiam e meu estômago se revirava só de pensar no que poderia acontecer. Respirei fundo, buscando coragem, mas cada tentativa parecia inútil. Então, decidi buscar ajuda.
Peguei o telefone e disquei o número de Pablo.
Início da chamada
— Pablo Herrera.
— Oi, é a Pérola — respondi, tentando controlar o tremor na voz.
— Pérola? Está tudo bem? — perguntou, imediatamente preocupado.
— Não muito... Eu ia pedir minha demissão hoje, como você me instruiu, mas o Orácio está de péssimo humor. Estou com medo, Pablo — confessei, suspirando. — Sei que isso não faz parte do seu trabalho, mas...
— Pérola, o certo seria eu apenas te instruir e encorajar, mas, sinceramente, não confio nesse homem. Eu vou até aí, caso precise de algo.
— Sério? Mu