Harper Ward
Eu estava dormindo. Ou pelo menos tentando.
A cama enorme parecia me engolir, não que eu pudesse reclamar, considerando que dormia no sofá duro da Aprill. Mas, droga, o silêncio era meio opressivo, e havia todos aqueles sons de sapos barulhentos como se anunciassem um apocalipse lá fora.
Foi por isso que, quando ouvi o barulho na janela, meu coração disparou como se tivesse visto o próprio diabo.
Os olhos se abriram arregalados, mas o resto do corpo permaneceu imóvel, congelado de medo. A cortina balançava com o vento, a janela aberta, e ali, de pé, uma maldita silhueta atravessando a escuridão.
Ele era grande. Eu não teria chance alguma.
Por um segundo, minha mente criou todos os piores cenários possíveis: um tarado, um ladrão, um psicopata serial que ia me sequestrar, me esquartejar e jogar os pedaços no lago. Eu já podia até ver as manchetes: “Babá encontrada em pedaços no rancho do governador”. Maravilhoso.
— Tarado! — gritei, num tom que soou bem menos ameaçador do q