Harper Ward
Thomas me encarou como quem julgava até meus pensamentos. E sob o silêncio da biblioteca, passei a procurar pelo celular. Havia uma organização rígida no ambiente, que não combinava em nada comigo, ou minha bagunça.
— Vai atender ou vai deixar essa coisa apitando dentro da minha cabeça o dia todo?
O encarei, enquanto as mãos continuavam a trabalhar para encontrar o telefone. — O nome disso é celular. E o que está dentro da sua cabeça é só mau-humor. — Brinquei.
Thomas estreitou os olhos. — Menina insolente.
— Velho rabugento.
Thomas riu, e tentou esconder por trás do livro que lia, o colocando em frente ao rosto.
— Oi, Dario… — Atendi sem pensar muito, a voz baixa, cansada de quem estava dormindo mais do que deveria. — Aconteceu alguma coisa com as crianças?
O silêncio do outro lado não era o silêncio de Dario. O reconhecimento da respiração, do peso contido, me acertou antes da voz. E ao preparar-me para desligar, entendi porque nunca o atendi. Não teria podido desligar s