Kara
Antônia percebeu a fúria estampada no meu rosto, e como se lesse meus pensamentos, colocou o corpo na minha frente, impedindo-me de prosseguir.
Eu estava pronta para avançar e ir ao encontro de Gustavo para exigir uma explicação.
— Eu não posso deixar você ir perturbar o patrão – disse ela, e sua atitude fez minha fúria transcender.
— Você não percebe o que ele está fazendo? – meu rosto esquentou, e eu sabia que havia ficado vermelha.
— Esse é o seu trabalho, Kara – disse, apontando para Jasmim, que dormia tranquilamente no meu colo – ele não exigiu nada além disso de você.
Antônia estava certa. Embora as palavras dela saíssem como um raio que instantaneamente me assustaram, eu não contestei. Engoli toda a minha frustração e recuei. Eu estava enfurecida, mas eu precisava me colocar no meu lugar e entender que ali, dentro daquela mansão, eu era apenas mais uma funcionária.
— Não estou dizendo isso para magoá-la, menina – a voz dela continha traços de arrependimento, embora eu não