Após uma traição devastadora que a deixa marcada, Scarlett Smith, uma jovem de 20 anos, retorna à sua cidade natal em busca de cura e um recomeço. No entanto, seu passado doloroso ainda a persegue e a paz que deseja parece inalcançável. Em sua cidade, ela encontra Matteo Muratori, um homem enigmático e temido, reconhecido por sua brutalidade e influência. Com um físico surreal e cicatrizes de uma vida de conflitos, Matteo acredita que o amor é uma fraqueza, dedicando-se apenas ao poder. Contudo, o destino entrelaça os destinos de Scarlett e Matteo, despertando uma obsessão sombria nele e um inegável fascínio nela. Em meio a um intenso jogo de sedução e medo, eles se confrontam com a dúvida: Seria possível amar alguém tão desumano? Ou Scarlett sucumbirá ao abismo de um amor perigoso, onde desejo e destruição caminham lado a lado?
Leer másJá faz uma semana que estou em Nova Jérsei. Vim visitar minha tia e também meu namorado. Estamos juntos desde que eu tinha quinze anos. Hoje tenho dezoito; faz três anos que estamos juntos, e ele tem sido um homem maravilhoso. Mas há um problema: sinto que algo está acontecendo com Thiago. Desde que cheguei, ele mal tem tempo para mim, sempre dizendo que está ocupado, que tem trabalhado demais e que precisa descansar.
Sinto que ele não é o mesmo de antes. Thiago é dois anos mais velho e trabalha como segurança em uma empresa famosa de Nova Jérsei. Tento não desconfiar dele, pois nem avisei que passaria minhas férias aqui. Queria fazer uma surpresa. Implorei muito aos meus pais para que me permitissem vir, mesmo sendo maior de idade. Eles são muito protetores e rígidos.
Neste exato momento, estou na porta da casa dele. Tenho a chave reserva que me deu no nosso primeiro aniversário. Quero conversar seriamente com ele; desejo entender por que ele está me evitando tanto.
Destranco a porta e observo a sala de estar.
— Thiago? — Chamei, mas o silêncio é a única resposta.
Já passa das seis e dez. Decido esperá-lo no andar de cima. Subo os degraus lentamente. Quando me aproximo do seu quarto, ouço ruídos. Não... Não pode ser. Gemidos? Meu coração acelera descontroladamente. Uma dor aguda aperta meu peito, sufocando-me. A falta de ar começa a se instalar.
Estendo a mão trêmula até a maçaneta e giro. O que vejo me faz duvidar da realidade.
— Ahh! Thiago... Assim mesmo! — A voz da minha prima ecoa pelo quarto, perfurando minha alma. Os dois estão em um momento íntimo. A dor é tão intensa que parece sufocar cada centímetro do meu ser.
Lágrimas incontroláveis escorrem pelo meu rosto. Meu soluço é um grito de agonia.
— Scarlett? — Ele se afasta dela rapidamente. — Não é o que você está pensando... Eu...
— Chega! Não precisa dizer mais nada! Não estou apenas pensando, Thiago! Estou vendo! C-como... Como você pode fazer isso comigo? — Minhas palavras saem entrecortadas pelo choro, minha voz embargada pela dor. — Eu tentei ser uma boa pessoa para você... Estudei tanto para tirar boas notas... Para que meus pais sempre permitissem que eu te visse... Me esforcei, dei tudo por você... E você faz isso... Justo com minha prima.
— Scarlett... — Tenta me tocar.
— Não ouse encostar em mim! — Encaro minha prima, com o coração em frangalhos. — Como você pôde fazer isso comigo? Eu confiava em você... Te considerava como uma irmã. Por quê? Por que fizeram isso comigo?
Sua expressão de culpa e arrependimento não significa nada para mim.
— Sinto muito, Scarlett... Eu... Como você nunca quis se entregar para mim... Fiquei com desejo, acabei ficando com sua prima... Me perdoa. — Suas palavras são como um soco no estômago.
— V-você... Fez isso com ela só porque eu não me entreguei para você? É isso mesmo? — Mal posso acreditar no que estou ouvindo.
— Por favor... Me desculpe. — Dou uma bofetada em sua bochecha, deixando-o em choque.
— Vá para o inferno! Os dois! — Viro as costas e saio do quarto.
— Scarlett! — Ignoro seu chamado e continuo caminhando.
Saio da casa dele com o coração dilacerado pela dor da traição. A chuva, antes despercebida, agora cai incessante, misturando-se às lágrimas que inundam meu rosto. Meus passos cambaleantes mal conseguem acompanhar o ritmo dos soluços que escapam de minha garganta.
Por que ele fez isso comigo? Por que minha própria prima me traiu assim? A sensação de traição me corta como lâminas afiadas, dilacerando cada pedaço de confiança que restava em mim. Eu os considerava tanto, confiava neles com todo o meu ser. Por quê? Por quê?
A dor no meu peito é insuportável, uma agonia que parece nunca ter fim. Só quero que essa dor vá embora, que Deus me conceda alívio, um sopro de conforto em meio ao desespero. Não deveria ter concordado com esse namoro à distância, uma ilusão que agora se desfaz diante dos meus olhos. E, no final, a culpa recai sobre mim, como se eu fosse a culpada por não me entregar completamente a ele.
Desgraçado! Escrota!
— O que vou fazer? — Sussurro para mim mesma, as palavras se perdendo no vento e na chuva.
Decido, então, que vou embora, voltar para minha cidade, deixar para trás esta província de traição e desilusão. Ergo-me do chão encharcado, a lama grudando em minhas roupas como um lembrete viscoso da minha própria miséria. Minha mente está exausta, meu corpo pesado de dor e decepção. Só quero desabar em lágrimas, mas não permitirei que a traição e a dor me consumam por completo. Não sou uma garota fraca.
Que eles se danem, que me esqueçam para sempre. Juro a mim mesma que nunca mais colocarei meus pés nesse lugar amaldiçoado, nunca mais.
Eu as limpo suavemente com meus dedos.— Eu só... Eu só não quero que você se sinta pressionado. — Ela diz, sua voz ainda hesitante.— Scarlett. — Interrompo, segurando seu rosto com ambas as mãos. — Cuidar de você e de Orion não é uma pressão. É um privilégio. É a coScarlett mais importante e gratificante que já fiz na minha vida.Ela sorri, embora as lágrimas ainda estejam presentes. Acaricio seu rosto, sentindo a maciez de sua pele sob meus dedos.— Agora, vamos cuidar de você. — Levanto-me e ajudo-a a se levantar também, levando-a com cuidado até o banheiro.Deixo a água morna correr, certificando-me de que está na temperatura certa antes de ajudá-la a entrar. Ela relaxa sob o jato d'água, e eu fico ao seu lado, pronto para ajudar com qualquer coScarlett que ela precise.
Quatro dias depois.Passaram-se quatro dias e Scarlett e nosso filho finalmente estão voltando para casa. Durante esses dias, mal saí do lado deles. Scarlett estava exausta, então aprendi a cuidar do nosso filho com a ajuda das enfermeiras. Elas me ensinaram a trocar fraldas, a dar banho, e eu estava determinado a ser o melhor pai possível, mesmo sendo completamente inexperiente.Foram momentos assustadores e, ao mesmo tempo, maravilhosos. Assustadores porque eu nunca imaginei que estaria trocando fraldas de alguém. Pensava que, se tivesse filhos, uma babá cuidaria de tudo. Mas agora, com nosso filho, não me importo de fazer essas coisas. Cada erro que cometi foi uma lição aprendida e cada acerto, uma pequena vitória.Além de cuidar do nosso filho, também ajudei Scarlett. O parto foi difícil e ela continua se recuperando. Scarlett precisava de ajuda par
Ele desce rapidamente com a mala nas mãos e a entrega a Dante, depois volta para o topo da escada e me pega no colo. Desce as escadas calmamente enquanto eu beijo seu pescoço carinhosamente. Ao chegarmos ao lado de fora, Dante abre a porta do carro e Matteo me ajuda a entrar com cuidado. Em seguida, ele entra, ficando ao meu lado. Assim que Dante entra no carro, Matteo ordena:— Vamos para o hospital.Dante acena com a cabeça e liga o carro, indo em direção ao hospital. Matteo pega minha mão e a beija calmamente, me fazendo sorrir pelo seu carinho. Sinto um calor reconfortante se espalhar pelo meu corpo e, enquanto olho pela janela, minha mente viaja pelo meu passado.Lembro-me do dia em que fui traída pelo meu namorado com minha prima, a dor e a sensação de abandono que me consumiram. Em seguida, vem à tona o momento em que decidi sair da casa dos meus pais manipuladores, finalmente me libert
Quatro meses depois.A cada dia que passa, parece que o tempo voa. Já se passaram quatro meses desde que descobrimos que o nosso bebê é um garoto. Esses meses têm sido mágicos, como um sonho encantado que eu nunca quero que termine.Matteo tem sido incrível, cuidando de mim com um carinho e dedicação que ultrapassaram tudo o que eu poderia imaginar. Sempre pronto para atender a qualquer exigência que tivesse, seja grande ou pequena, ele é o pilar que sustenta toda a nossa pequena família. Durante a gravidez, meus hormônios estiveram em alta, e a nossa intimidade não só se manteve, como se intensificou.Meu amor por Matteo cresceu a cada dia, assim como o amor que sinto por nosso filho. Cada semana, ele se tornou mais presente, mostrando sua preocupação e seu carinho com cada detalhe. Ele contratou uma equipe para organizar o quarto do n
10:40 — Hospital. — Sedona.Chegando ao hospital, Dante estaciona o carro com precisão. Ele desce para abrir a porta, e eu saio primeiro. Com um gesto cuidadoso, seguro a mão de Scarlett, ajudando-a a sair do carro e a se equilibrar.Seguimos para dentro do hospital e caminhamos em direção ao consultório de Taylor.Ao chegarmos à porta do consultório, dou uma pequena batida e a abro sem esperar permissão. Taylor, que está organizando alguns papéis em sua mesa, levanta-se rapidamente e faz uma reverência respeitosa.— Seja bem-vindo, meu senhor. — Diz ele, com formalidade e simpatia evidentes em sua voz.— Estamos aqui para o ultrassom. — Anuncio, minha voz firme, mas carregada de expectativa.Taylor acena com a cabeça, mantendo um sorriso acolhedor.— Por favor, deite-se na maca. — Ele pede sua
09:20 — Casa do Matteo. — Quarto. — Sedona.Acordo com um pequeno barulho e viro a cabeça para o lado, vendo Scarlett comer o pudim como se a vida dependesse disso. Ri, não conseguindo segurar a risada. Ela se assusta um pouco com o som.— Eu estava com fome. — Diz ela, fazendo um bico adorável. Continuo rindo e me aproximo dela, deitando minha cabeça em seucolo.— Você me faz chegar aqui às cinco da manhã e te encontrodormindo feito um bebê.Ela dá uma risada fraca e se inclina para baixo, beijando meus lábios em um selinho rápido.— Eu te amo. Obrigada por comprar um pudim para mim. Apenas sorrio e beijo a barriga dela com carinho.— Eu também te amo. Temos que nos arrumar para irmos ao hospital.Ela concorda, e eu a olho.— Suas amigas vêm? — Pergunto.
Último capítulo