Jogada de Mestre

Bianca

Meu salto batia ritmado no piso de mármore do salão nobre do clube social, um dos poucos lugares onde eu ainda conseguia manter as aparências. A família estava falida, meu nome já não significava mais nada nos círculos de negócios, e a última coisa que eu queria era alguém percebendo o buraco onde me meti. Aqui, pelo menos, ainda dava pra sorrir, vestir um bom vestido, e fingir que tudo ia bem.

Desde que Mariana foi demitida, eu não tinha mais notícias do mundo corporativo. Nenhuma informação concreta, nenhum acesso aos bastidores da Castellan. Ela era meu elo com tudo aquilo — os boatos, os planos, os deslizes de Lívia, os passos de Heitor. Sem Mariana, fiquei à deriva, tentando me manter à tona nas festas e rodinhas sociais da elite, colhendo migalhas de informação como quem caça diamantes no escuro.

Foi numa dessas noites, durante uma partida de pôquer regada a espumante e egos inflados, que a bomba caiu.

— Ouvi dizer que o Heitor Castellan contratou um dete