HENRIQUE
A reunião com os meus assessores tinha terminado, em conjunto tínhamos conseguido chegar a melhor solução, mas as palavras ainda ecoavam na minha cabeça como um zumbido incessante: “comunicado oficial... coletiva de imprensa...”
Já estive em finais decisivas, senti o peso de milhares de torcedores esperando que eu resolvesse uma partida nos últimos segundos. Mas nada — absolutamente nada — se comparava à pressão que estava vivendo agora. Dentro da arena, eu sabia exatamente o que fazer: patinar, atacar, marcar gols. Fora dela, quando se tratava da minha vida pessoal, eu estava perdido. Não se tratava mais da minha carreira, da minha imagem ou dos jornais. Era sobre o Nicolas.
Voltei para o apartamento me sentindo exausto, como se tivesse acabado de sair de uma partida de cinco prorrogações. Só que dessa vez não era meu corpo que doía — era a mente. A ideia de expor mais da minha vida, a vida do Nicolas, ao escrutínio público, me deixava em alerta.
Naquela noite, quase não con