112. A reunião de defesa
A sala 9 do setor jurídico era menos opulenta do que Isabela imaginava, mas carregava uma aura de tensão silenciosa. Na mesa oval de vidro fosco, havia três cadeiras ocupadas: a gerente de compliance, um advogado corporativo de olhar meticuloso e uma analista que digitava rapidamente, registrando tudo.
Isabela entrou com passos firmes, carregando uma pasta azul com elásticos. Por fora, parecia calma. Por dentro, sentia a adrenalina pulsando como um tambor acelerado.
— Bom dia — disse, estendendo a mão para cada um deles.
— Bom dia, Isabela. — A gerente de compliance, Diana Ramos, foi a primeira a falar. — Agradecemos por ter solicitado essa reunião voluntariamente. Estamos aqui para ouvi-la, avaliar os pontos levantados por você e garantir total transparência no processo.
— Obrigada. Vim porque acredito na transparência. E porque, nos últimos dias, minha conduta foi questionada de forma velada — em corredores, olhares, e até mesmo em armadilhas digitais.
Ela colocou a pasta sobre