Um garoto de dez anos com um grande sonho, muitos problemas e um destino inesperado. Para sua vida ter um sentido e um propósito, uma ajuda dos céus surgirá em seu caminho, uma nova amizade regada a bom humor, ensinamentos e fortes emoções.
Ler maisVocê acredita em anjos?
Independentemente de religião, eu acredito, não porque alguém contou uma história, testemunhou algo inacreditável ou porque existem especialistas que falam e escrevem sobre o assunto, até catalogando e dando inúmeras informações sobre esses seres celestiais, como nomes, datas favoráveis para tê-los ao seu lado ou até músicas que os aproxime mais de nós, eu acredito porque tive experiências pessoais que quando as vivi o primeiro sentimento que tive foi, “isso aconteceu pela ação de um anjo”.
Eu particularmente creio que as ações nos remetem á sentimentos, se fazemos algo que nos faz sentir algo ruim dentro de nós, é porque o que fizemos está de alguma forma errado, se sentimos algo bom é porque fizemos a coisa certa, e isso também vale para acontecimentos que surgem inesperadamente em nossas vidas.
No início da década de 1990, eu estava desempregado, foram meses difíceis, momentos que pareceram uma eternidade e já estava abalando a minha moral, a cabeça já estava em frangalhos com pensamentos negativos. Seguindo a rotina de procurar anúncios de empregos no Domingo para sair durante a semana á procura de uma recolocação, minha esperança ia se esvaindo com o passar do tempo. Em certa segunda feira, saí para conferir algumas oportunidades que achei nos classificados, peguei o Metrô e fui ao centro da cidade de São Paulo, eu segui para uma empresa na região do Ibirapuera. Desci na Estação Brigadeiro L. Antônio, peguei um ônibus e já dentro do circular, por volta das 14h30min no meio do caminho, subiu um senhor de cabelos grisalhos, aparentava ter por volta de uns cinquenta anos de idade, havia muitos assentos vagos, mas ele escolheu sentar-se ao meu lado, aquilo me incomodou, porque eu estava chateado demais com a vida e ele mostrou-se interessado em bater papo, e assim foi, com um sorriso largo entre as palavras, que eu não conseguia entender o porquê de tanta alegria, ele foi puxando assunto, falando sobre política, futebol etc. apesar da minha nítida cara de quem não está a fim, fui respondendo com palavras monossilábicas e com a cabeça. Aquele senhor estranhamente insistia na conversa até que perguntou aonde eu ia e o que ia fazer, já exausto daquele papo me entreguei e expliquei que ia ver sobre um anúncio de emprego, aos poucos o homem foi conseguindo que eu lhe contasse tudo, minha experiência profissional, meu último trabalho, que era casado etc. até que então, ele passou a dizer palavras de incentivo, que daria certo, que se tratava apenas de um momento ruim, mas que era passageiro, para eu levantar a cabeça e ter fé que as coisas iram acontecer de forma positiva. O fato é, que aos poucos eu fui me animando, fui sentindo a esperança se renovar dentro de mim e logo eu estava com a bateria recarregada e cheio de disposição para encarar qualquer entrevista, qualquer teste de dinâmica de grupo e certo que aquele momento ruim iria passar logo. O senhor se despediu e me desejou boa sorte, desceu a uns quatro pontos antes de mim, e meu dia, assim como os dias subsequentes, foram dias melhores, mais leves. Acontece que, aquele encontro salvou minha alma, me fortaleceu para seguir em frente e me aguentar firme na luta por mais algumas semanas até que tudo deu certo e finalmente consegui um emprego.
Algumas pessoas acham que anjos da guarda atuam somente sobre um fato, salvam vidas no momento do acontecido, ou seja, que eles se apresentam no momento exato que a pessoa será atropelada e a protege, mas na verdade esses seres são bem mais discretos, e muitas vezes eles nos protegem evitando que algo aconteça “pouco mais adiante”, em futuro breve. Por exemplo, quem nunca se desesperou ao estar atrasado para sair á um compromisso e na hora “h’ não encontra a chave do carro? Procura por todos os lugares da casa possíveis e imagináveis e não encontra, chega a olhar até mesmo da geladeira, “quem sabe?”, acaba desistindo do compromisso ou avisa que chegará atrasado. Depois de um tempo, volta a revirar o local e lá está a chave, como em um passe de mágica ela aparece no aparador da sala, local onde você sempre deixa e foi o primeiro a ser desbravado durante a procura. Como explicar tal fato? Minha ideia é que neste caso, o seu anjo da guarda lhe atrasou para evitar que você estivesse em um determinado local em determinado horário evitando assim alguma coisa ruim ou até mesmo uma tragédia, por isso quando algo parecido acontece não devemos soltar ao vento palavrões e xingamentos, pois podemos estar ofendendo um ser iluminado que apenas nos livrou de algo ruim.
O fato é que, se existe um Deus e um diabo, é muito provável que existam anjos que olham por nós, que interferem em nossas aflições, porém nada deve ser feito sem a permissão de Deus. Tudo que nos acontece tem um propósito superior e divino que quase nunca conseguimos entender, mas quando as razões são reveladas, ficamos encantados com plano celeste. Por esses e outros motivos ainda mais pessoais, surgiu a ideia de escrever algo sobre “eles” que nos acompanham o tempo todo, uma história fictícia com muito humor, amor e drama, ambientada nos anos 80 a época que considero a mais bela de minha vida.
Eu acredito.
Aqui segue as principais músicas que escutei incansavelmente nos últimos meses enquanto escrevia Um Santo Amigo, elas elevaram minha mente e consequentemente meus sentimentos ao início dos anos 80.InternacionalAdrian Gurvitz - ClassicBrass Construction - Can You See The LightCarole King - One To OneCastle in the air - Don McLeanChicago - Hard To Say I'm SorryDaryl Hall & John Oates - I Can't Go For That (No Can Do)Earth, Wind & Fire - Let's GrooveStevie Wonder & Sir Paul McCartney - Ebony & IvoryElton John - Empty Garden Hey Hey JohnnyForeigner - Waiting for a Girl Like You LyricsGeorge Harrison - My Sweet LordJoan jett The Blackhearts - I love Rock n rollGeils Band – CenterfoldJane Siberry - Calling All Angels – (TEMA)Kim Carnes - Bette
Um dia qualquer de meio de semana, Aninha resolveu almoçar com Regina e Gabriel, saiu do Hospital Santa Marcelina onde havia feito doze horas de plantão, virou á noite exercendo sua profissão de médica pediatra. No próprio hospital tomou um banho para revitalizar suas energias, tomou um café e partiu para a Vila Ré, antes de encontrar seus pais para o almoço, passaria em uma agência bancária, no açougue e pegaria o pequeno Thomaz na escolinha Peixinho Dourado, a mesma que ela havia frequentado quando pequena. Uma situação de emergência no hospital acabou por mantê-la mais tempo que o esperado, pouco antes dela sair surgiu uma ambulância com um garoto aparentando ter por volta de sete ou oito anos que havia sido atropelado, ele estava desacordado, mas respirava, visivelmente o garoto havia fraturado a perna direita, uma fratura exposta. Aninha sempre prestativa sabia que
Tom está em sono profundo até que uma brisa com aroma de Artemísia toca levemente sua face, ele franze o rosto e continua dormindo, já não navega em um descanso tão intenso e novamente a brisa passa pelo seu rosto, desta vez o garoto abre os olhos, percebe que seu quarto está iluminado com um brilho incandescente que por alguns instantes lhe ofusca a visão._Mas o que...! – Tom percebe que há alguém ao seu lado, e aos poucos ele vai firmando a vista e a forma humana vai se definindo á sua frente. _Quem está aí? – Ainda em silêncio aquela forma vai ficando nítida até que Tom finalmente a reconhece. _Gabriel? _Como está garoto? _Mas o que ...! – Tom ainda está muito confuso apesar de ter reco
Finalmente chega o dia 14, data da estreia do Brasil na Copa do Mundo de 1982 na Espanha, a partida será em Sevilha, frente à fraca União Soviética. O jogo aconteceria às 16 horas, horário brasileiro e Tom acordou empolgado, colocou sua camiseta da seleção brasileira e foi para rua, encontrou alguns amigos e jogaram futebol ali mesmo, foi uma manhã divertida com direito a debates esportivos e apostas de placar, antes de se despedirem para o almoço, um vizinho que era fotógrafo bateu uma foto dos amigos, eles se posicionaram como um time de futebol, com Tom agachado na frente ao lado de mais 2 amiguinhos. Já estava quase na hora do início da partida, Regina terminava de preparar as pipocas, Aninha estava servindo o refrigerante Pepsi e Tom grudado na tv. Uma hora antes da pelota rolar já estava tendo trans
O dia seguinte amanhece diferente, com um céu cinza e uma brisa fria que parecia trazer consigo a tristeza, era o despertar de um domingo amargo. Regina desce as escadas lentamente, com muita preguiça, e ao chegar à cozinha percebe imediatamente uma rosa sobreposta a um envelope branco. Aquela cena afetou a mulher diretamente no coração, como se algo lhe apertasse o peito tirando-lhe o fôlego. Rapidamente ela abriu o envelope e retirou o bilhete que estava dentro, nele havia caprichosamente somente uma dobra, Regina abriu e leu rapidamente, seus olhos correram as linhas como um raio.“Bom dia querida amiga, A vida é formada por ciclos, alguns demoram um pouco mais, outros terminam rapidamente, o importante é sabermos que cada momento de cada ciclo tenha valido a pena, e meu ciclo nesta família foi maravilhoso, infelizmente
O clima ficou mais calmo com a partida de Rodrigo apesar de Aninha estar muito abalada, afinal, Rodrigo é seu pai, e aquela cena patética impressionou a garotinha, já Thomaz, entendia melhor o cenário, apesar de sentir um amor de filho pelo pai, sabia que as atitudes de Rodrigo foram erradas e magoaram demais Regina, o coração de Tom estava apertado, mas ele conseguia lidar com a situação. Regina levou Aninha para a cama, já era tarde e o clima da noite de diversão com Tom havia se esvaído, acomodou a menina na cama e ficou ali com ela por algum tempo até que se acalmasse e pegasse no sono. Durante este período em que Regina esteve na companhia de Aninha Tom foi falar com Gabriel, queria desabafar, tirar dúvidas, enfim, entender tudo o que estava acontecendo. Caminhando pelo quintal ele percebeu a luz do quartinho acesa, um bom sinal, significava que Gabriel estava acordado.&nbs
Último capítulo