Dois dias apĂłs a explosĂŁo.
A sede da HEM em SĂŁo Paulo estava em luto. Mas nĂŁo era um luto visĂvel â nĂŁo havia flores, nem velas, nem lĂĄgrimas em pĂșblico. Apenas silĂȘncios profundos. Portas fechadas. CĂłdigos desativados. E uma cadeira vazia na sala de reuniĂŁo principal.
Lorena, uma das fundadoras da HEM, havia sido assassinada.
NĂŁo em campo. NĂŁo numa missĂŁo.
Em casa.
Um disparo certeiro, sem arrombamento, sem sinais de luta. A cĂąmera de segurança havia sido apagada Ă s 03h33 da manhĂŁ. Ăs 03h37, ela estava morta.
Foi Clara quem deu a notĂcia. A voz nĂŁo saiu da garganta. Apenas mostrou a foto: Lorena caĂda entre o sofĂĄ e o chĂŁo. Sangue no tapete bege.
Melina olhou por longos segundos. Depois virou as costas.
â Ativem o protocolo FĂȘnix. Enterro simbĂłlico. Nada pĂșblico. Nada rastreĂĄvel. Quero saber quem tinha acesso ao endereço dela.
â Miguel? â Clara perguntou.
â Miguel ou alguĂ©m de dentro. Ou alguĂ©