Inevitável Destino – Livro 2
Inevitável Destino – Livro 2
Por: Sebastian
Prólogo

O que você faz da vida quando a pessoa que você mais ama e preza no mundo, dorme tão profundamente? 

Michael encarava àquela pergunta como um obstáculo. Ele pensava que poderia fazer inúmeras coisas, ao mesmo tempo em que não conseguia conciliar absolutamente nada.

Há duas semanas, no dia 19 de Abril de 2017, Alexander completara seis meses e alguns dias em coma no leito do Hospital North American, após ser acidentado numa rua deserta do Distrito do Queens. Agora, por sua vez, já acordado, o rapaz tentava assimilar como não lembrava-se de nada na semana de 12 de Novembro de 2016. A sombria e angustiosa passagem para seu namorado, Michael, e seus familiares: Matthew e Emma.

Quando obteve alta do Hospital North American, há quase seis dias, o rapaz tentava inutilmente lembrar dos acontecimentos, mas principalmente, do que ocorrera com Brenner, seu grande amor do passado.

Agora, olhando em direção ao loiro que sempre encarava-o da janela do quarto na casa à frente da sua, sentia como se tudo ao redor congelasse e aquele olhar queimante consumisse seus ossos, e de vez em quando, penetrasse sua alma de uma forma avassaladoramente contagiante, causando-o certos calafrios pelo corpo. 

Ouviu quando passos calmos adentraram o quarto onde passou a morar, e virando a cadeira de rodas de uma maneira calma e inesperadamente gentil, encarou o irmão com os braços entrelaçados acima dos peitos largos. Não recordara do Matthew vulnerável, ainda menino. O rapaz tornava-se um homem, um alguém de aparência invejável, corpo escultural e poderosamente masculino. 

— Por que ele me olha assim, Matt? —  perguntou Alexander, referindo-se a Michael. — Sinto como se uma agulha estivesse afincada nos meus olhos, não consigo explicar, é surreal... como se eu o conhecesse.

— Talvez porque conheça — Matthew limitou-se, caminhando rumo ao irmão. — Tantas coisas ocorreram nesse tempo em que você passou em coma, Alex, coisas estas que não tenho capacidade de explicar. Mesmo se quisesse, tu ainda não iria compreender! 

— Então acha que silenciar meus pensamentos me farão bem? — o mais velho perguntou, sorrindo de canto. — Não consigo mentalizar o que querem que eu faça da minha vida! Ora você e mamãe enchem meu saco afim de lembrar, ora conseguem esconder momentos talvez valiosos e cruciais para que eu não sinta este vazio. 

Matthew seguiu com os lumes, indo ao encontro dos de Michael que continuava paralisado na varanda do quarto e, baixando os olhos, encarou o irmão a semblante triste e camuflando uma inquietude no rosto. 

— Michael ajudou nossa família no momento mais sombrio que passávamos — asseverou o mais novo, agachando-se. — Ele pagou teus remédios, tratamentos, sua estadia no hospital Connor Vezenlar e até mesmo quando foi transferido para o North American... pelo menos converse com ele, tente não evitá-lo.

— E por que ele ajudou alguém desconhecido como eu, quando deveria está cuidando dos interesses dele? — indagou Alexander, impaciente. — Nunca tivemos segredos, irmão. Tudo entre nós foi colocado à limpo, como só agora isso está acontecendo? Por que resolveu mentir? 

Matthew fechou os olhos e por mais que quisesse contar todos os problemas que aconteceu naquela semana perturbadora para ele, e inesquecível ao irmão, porém tinha prometido para Emma que deixaria que o tempo corresse e se nada houvesse, aí sim contaria tudo.

— Não estou mentindo...

— Está sim, eu te conheço! — apontou Alexander. — Você é péssimo na mentira, Matthew. Eu perguntei de Deniel e tu simplesmente disse que ele tinha ido embora para o Arizona, sendo que o lugar onde o mesmo estaria era — Matthew prestou mais atenção no que o irmão diria a seguir. — Aqui, comigo, nesta hora tão importante. Ele sim nunca mentiu, nunca fez mal à ninguém. 

Se Alexander soubesse que estava tão precipitado em relação ao amigo que quase o matou naquela noite, veria os lábios de Matthew quase movendo-se em resposta absoluta, no entanto, não falou nada comprometedor.

— Se eu fosse você, irmão, tomaria mais cuidado com às palavras da próxima vez — argumentou o mais novo, não em um tom ameaçador, porém alertando-o, erguendo-se e saindo logo depois. 

Assim que teve alta do hospital, não tivera um só dia no qual sua paz não houvesse sido violada pelo irmão, ou pela mãe de criação. Emma já evitava conversar com ele, pois assim como Matthew, odiava ter que mentir.

Quando à porta se fechou, Alexander voltou-se para encarar Michael, porém ele já não estava mais lá. O estorvo o atingiu em cheio, pois queria ele conseguir explicar aquele sentimento, no entanto, estava disposto a deixar que o destino e o tempo agisse por conta própria.

<———————:———————>

Inevitável Destino

<———————:———————>

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo