Capítulo 8

Depois de acreditar ter se livrado dos dois, Lizandra entrou no banheiro e tomou um banho demorado, como se água fosse capaz de levar toda a dor que estava sentindo, ela nunca imaginou que um dia Otávio a magoaria tanto, não apenas em atitudes, mas também com palavras.

Acreditar que era uma mulher incapaz de ter filhos já era dolorido, mas saber que Otávio teria um filho com outra era esmagador. Mas a situação a fez se decidir que gastaria o que fosse necessário, mas um dia engravidaria, não por ele, mas por ela mesma, pelo desejo que tinha de ser mãe. Segundo os médicos não havia nada que a impedisse de engravidar, mas Lizandra queria ir a fundo para descobrir o motivo da dificuldade.

Lizandra acreditava que o tormento havia acabado, mas ao sair do banheiro encontra Otávio sentado na cama e ao tentar passar por ele, ele a segura pelo pulso.

— Liz...

— Otávio, por favor, não quero ouvir mais nada. Você foi cruel, foi covarde, eu não merecia saber da sua traição dessa forma, por tudo o que vivemos, por tudo o que passamos juntos, eu não merecia.

— Foi um ato de desespero, confesso. Mas eu precisava apenas ganhar tempo.

— Ah, Otávio, faça-me o favor! Não piore ainda mais as coisas. Pode tratando de pegar tudo o que é seu e sumir daqui.

— Não pode me expulsar.

— Acha mesmo, que irei permitir que continue morando aqui?

— Me bata, me xingue, mas não me peça para ir embora.

— Se não quiser que as suas roupas sejam jogadas no meio da rua, as leve com você — Liz puxa o braço, se afastando dele — Quando eu voltar não quero mais te ver aqui.

Sem suportar ficar no mesmo ambiente que Otávio, Lizandra decidiu sair para correr e depois de correr por quilômetros, ela parou em uma ponte por estar cansada e se sentindo perdida. Queria voltar para casa, mas ao mesmo tempo, não queria se encontrar com Otávio, por isso decidiu ficar ali parada, sozinha, olhando o nada, apenas a escuridão a sua frente.

Foi nessa hora que Darlan apareceu pensando que ela pretendia se jogar, coisa que em nenhum momento passou por sua cabeça, mas de alguma forma ele a fez ver o mundo sem ser em preto e branco e agora ali sozinha em sua sala ela não consegue deixar de pensar no homem que surgiu do nada, e que lhe deixou marcas não apenas na pele, mas em seu coração, pois por mais que amasse Otávio, ele havia quebrado o elo que os unia.

Lizandra fecha os olhos e as imagens da noite que dormiu com Darlan a faz sorrir. Era estranho, mas ele de alguma forma a salvou, pois depois do que lhes aconteceu ela conseguia encontrar motivos para sorrir ao pensar em algo bom que lhe aconteceu naquela mesma noite de decepção. Ela resolve voltar mais cedo para casa e fica aliviada por não encontrar Otávio, mesmo pensando que ele estivesse com a amante era melhor do que suportar a sua presença.

Assim que ela sobe para o quarto, separa todas as coisas dele e sem nenhum cuidado, j**a sobre a cama e quando acaba, chama Carmem, que era a empregada, para lhe ajudar a guardar tudo nas caixas que havia providenciado. Depois disso, as deixa na garagem. De Otávio ela só queria uma coisa, distância.

— A senhora vai mesmo se separar? Vocês dois pareciam um casal tão perfeito — Carmem comenta depois de deixarem as caixas em pilhas na garagem, com o nome dele anotado em cada uma delas.

— Não existe casamento perfeito, Carmem. Vou pedir à ele que venha buscar suas coisas — Lizandra responde desanimada, olhando desiludida para a pilha de caixas, era o fim de um sonho, ou de um pesadelo, pensa entrando em casa.

Depois de reorganizar o seu quarto, pensa chamar um chaveiro para trocar as fechaduras, mas como já era tarde, preferiu deixar para o dia seguinte, só esperava que Otávio não aparecesse, mas sua esperança logo findou.

— O que pensa que está fazendo? — Pergunta batendo com força a porta do quarto — Que caixas são aquelas?

— São as suas coisas.

— É mesmo, querida esposa? — Otávio pergunta com ar de deboche, pondo as mãos nos quadris.

— Otávio, eu disse que aqui você não fica.

— Eu vou ficar na minha casa, com a minha esposa.

— Você consegue ser patético.

— Liz, eu conversei com Clara, expliquei à ela que não podemos ficar juntos, pois eu não vou me separar de você.

— A mulher está grávida, não se esqueça disso...

— É sobre isso que eu quero falar com você, sobre a criança.

— Ah, Otávio! Você só pode estar delirando.

— Liz...

— Otávio, você me traiu e ponto final, e para piorar trouxe a sua amante para a minha casa, não há explicação para o que fez.

— Isso não te dá o direto de me expulsar da minha própria casa, sabe que eu não tenho onde ficar.

— Isso não é problema meu...

— Esse seu jeito me irrita, sabia?

— Você já me disse isso e, já que eu te irrito tanto, o meu advogado entrará em contato com você.

— Eu não vou te dar o divórcio, tenha certeza disso — Otávio começa a se alterar e Lizandra sai do quarto seguindo em direção a sala, ou Otávio saia, ou ela passaria outra noite na rua, dessa vez só não seria com Darlan, ela pensa querendo que fosse.

— Lizandra, Clara aceitou nos dar a criança, ela não tem condições de criar o bebê e nem quer o filho — Lizandra o olha sem conseguir acreditar no que havia acabado de ouvir.

— Como é que é? — Ela tem dificuldade de assimilar as palavras de Otávio — Não! Eu não ouvi direito, só pode ser isso — Lizandra prende os cabelos em um coque o olhando com raiva.

— Que porra é essa, Lizandra? Que merda de chupão é esse em seu pescoço?

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