Lizandra tenta se manter firme, mesmo sentindo o seu coração disparado por nunca ter imaginado passar uma situação como aquela. A vida as vezes era injusta, quando decide fazer algo insano, corre o risco de ser descoberta. Apertando ainda mais o nó do seu roupão, ela dá um passo atrás, jamais permitiria que Otávio a tocasse, não depois de tudo o que ele havia feito.
Estavam há algum tempo sem ter relações, mas isso não lhe dava o direito de achar que ela transaria com ele, pensa Lizandra sentindo o seu corpo reagir negativamente com a aproximação do marido. Nos ultimos dias, ou Otávio chegava tarde do trabalho dizendo estar cansado, ou aparecia viagens de última hora, fazendo com que ele nem viesse em casa, alegando tem roupas de reserva no carro. Mesmo com todos esses indícios Lizandra não desconfiou da traição, pensava ter um casamento perfeito demais para ele se envolver com outra mulher. — Você jamais irá me tocar novamente, eu não sou mulher de perdoar traição — Lizandra o olha com raiva — Penso que, se a situação fosse inversa pensaria da mesma forma. — Você jamais teria coragem de me trair, é muito certinha para ser acusada de leviana — Lizandra não consegue encarar Otávio, por isso prefere lhe virar as costas se afastando dele — Escuta Liz, eu sei que errei, mas eu te amo, acredite em mim. Mesmo acreditando não estar errada por transar com Darlan, a consciência de Lizandra lhe apontava o dedo, fazendo com que se sentisse mal, sua atitude a fazia se sentir igual à Otávio. Sabia que ele não merecia nenhum tipo de consideração, mas aquela era ela, que gostava de agir sempre com a razão e não pela emoção do momento. — Você não me ama Otávio, talvez você nunca tenha me amado de verdade. — Liz... — Preciso me vestir... — Não há necessidade de se vestir... — Otávio a abraça e Lizandra tenta se esquivar dos braços dele, mas ele parecia não se importar com a sua rejeição. — Me solta, Otávio. — Não me peça isso, eu quero você — Otávio tenta beijá-la e Lizandra o empurra em vão. — Não me faça te odiar Otávio, não faça isso — Lizandra começa sentir o desespero tomar conta dela por saber que não teria forças para lutar com ele. Otávio a segura pela nuca e a beija, Lizandra tenta virar o rosto, mas é impossível e ela luta com todas as forças que tem para o afastar, mas ele não permitia, ao invés disso, ele a aperta ainda mais em seus braços, como se quisesse mostrar que o esforço dela de nada adiantaria. Por se sentir impotente Lizandra começa a chorar, se sentia humilhada e desvalorizada. Lizandra continua lutando, ela jamais cederia a vontade de um marido traidor. Se pergunta como alguém pode se tornar um monstro de uma hora para a outra e saber disso a faz ter medo da reação de Otávio ao ver as marcas que ficaram em seu corpo depois de uma noite intensa com Darlan, um desconhecido que em nenhum momento a tratou como uma qualquer, pelo contrário, a tratou como toda mulher gosta de ser tratada, sempre preocupado satisfazê-la. Otávio, não leva em consideração a reação de lizandra e feito um louco tenta abrir o roupão que ela vestia e Lizandra, com medo dele conseguir fazer tal coisa, o morde nos lábios o fazendo interromper o beijo. — Eu te odeio, Otávio! Te odeio com todas as minhas forças — Fala entre lágrimas. — Não é isso o que o seu corpo está dizendo, você me deseja tanto quanto eu te desejo, você é minha, você é minha mulher. — Você está louco, Me solta! — Lizandra resistia a todo custo ao desejo do marido — Você está me machucando — Ela tenta se soltar, mas Otávio prende os seus dois braços para trás — Eu não mereço ser tratada assim Otávio, eu não mereço — Ela suplica com o rosto banhado pelas lágrimas. — Você ainda não me disse onde passou a noite — Otávio a beija no pescoco, e Lizandra sente o sangue lhe faltar, tamanho o desespero que sentia — Eu te procurei a noite inteira, até para alguns hotéis eu liguei. Então me diz, onde você passou a noite? — Otávio falava sem deixar de tocá-la e quando ele levanta o seu roupão lizandra apela para o que sabe fazer. — Eu não me casei com um homem que fosse capaz de violentar uma mulher, eu não me casei com um monstro, Otávio — As palavras de Lizandra faz Otávio recuar, ele a olha, mas não a solta — O homem com quem me casei reconheceria que errou e me daria um tempo para digerir tudo o que aconteceu — Lizandra ao perceber que Otávio não a soltava, continua buscando argumentos para fazê-lo se conscientizar do seu erro, mas sem a certeza de que ele a deixaria em paz.