Lizandra ao acordar vê Darlan dormindo ao seu lado, ainda era muito cedo mas ela decide ir embora antes que ele acordasse. Havia dormido pouco, mas o melhor seria ir para casa e enfrentar a realidade, havia um problema a ser resolvido e ela já havia tomado a sua decisão, iria se divorciar, Otávio a traiu e ela ter ido para cama com Darlan não mudaria isso.
Darlan dormia com um dos braços sobre ela e, com cuidado, para não acordá-lo, se levanta na ponta dos pés e depois de se vestir, procura um papel e uma caneta. Pensou em ir embora sem nada dizer, mas ele havia lhe proporcionado momentos agradáveis e inesquecíveis e por isso decidiu lhe deixar um bilhete de despedida. Depois de escrever algumas palavras ela o olha novamente, e decide deixar o bilhete em cima do travesseiro que usou, e sem se despedir vai embora. Ao sair do elevador, ela cruza com um homem que a olha como se estivesse surpreso e Lizandra o reconhece, era o motorista de Darlan. No taxi pensa na noite que teve com um desconhecido, podia ter sido loucura, mas foi perfeita. A única coisa que sabia desse homem era o nome, nada mais que isso, mas o melhor seria esquecê-lo, já que não pretendia vê-lo novamente, mas com certeza guardaria aquela noite para sempre na memória, pensa se sentindo bem com a decisão tomada. Ao chegar em casa, ela encontra a casa vazia e respira aliviada, mas antes mesmo de entrar no banheiro para tomar um banho ela escuta uma freiada brusca e logo Otávio aparece no quarto, visivelmente irritado. — Onde passou a noite? — Otávio pergunta sem muita paciência. — O que faz aqui? Eu disse para juntar as suas coisas e ir embora com a sua amante. — Essa casa é minha também, portanto não vou a lugar nenhum. — Você acha mesmo que eu vou aceitar que continue morando nessa casa? Nunca! Você me traiu Otávio, sua amante está grávida. Como acha que eu estou me sentindo? — Liz, iremos sentar e conversar, eu não vou sair de casa, preciso apenas assumir a criança, mas quanto a Clara... — Não fale o nome dessa mulher — Tudo bem, mas quero que saiba que não estamos mais juntos, mas preciso encontrar um lugar para ela ficar. — Isso não é problema meu — Lizandra responde calmamente — Aqui em casa é que não irá ficar. — Vamos conversar com calma, primeiro me diz, onde você passou a noite? — Não te interessa, agora sai do meu quarto. — Nosso quarto. Essa casa é minha, esse quarto é meu e você é minha. — Olha Otávio, eu estou com tanta raiva de você, mas tanta raiva que tenho medo de mim. Agora, sai do meu quarto, pois eu não sou mais a sua mulher, esse não é mais o seu quarto e essa casa não é mais a sua casa. — Onde você passou a noite, Lizandra, e com quem? — Quando sair feche a porta — Lizandra ignora a pergunta e entra no banheiro, trancando a porta em seguida. Ao entrar no chuveiro, ela toca o próprio corpo e mesmo estando disposta a esquecer Darlan, ela se recorda das mãos dele a tocando e ao fechar os olhos consegue se imaginar com ele na cama onde dormiram abraçados. Não se sentia bem com aquela sensação de quero mais, porém o seu corpo a traia, e ela culpava Otávio por estar desejando um outro homem, pois o que fez foi por vingança, mas ela havia gostado de ter se entregado a Darlan. — Vai demorar aí? — Otávio b**e na porta e Lizandra se assusta. Ela termina o banho rápido, mas ao se olhar no espelho, percebe uma marca em seu pescoço, assim como em seus seios. Depressa pensa em esconder, mas Otávio volta a bater na porta sem muita paciência, insistindo que a porta fosse aberta. — Abre essa porta, Liz! Abra a porcaria dessa porta! — Vá embora! — Lizandra responde, pegando uma base as pressas para esconder a marca exposta no pescoço. — Se não abrir a merda dessa porta, eu vou jogá-la abaixo... — Quem você pensa que é? — Lizandra abre a porta irritada — Otávio, você está todo errado e quer gritar comigo? Você esqueceu que me apresentou a sua amante como prima? Você por um acaso se esqueceu que engravidou a sua amante e a troxe para dentro de casa? — Sei que agi errado, mas aconteceu, já te pedi desculpas. — Claro, um pedido de desculpas é o suficiente — Lizandra responde com zombaria. — Acredite ela não significa nada para mim. — Deve ser por isso que vão ter um filho juntos — Lizandra aperta o nó do roupão que vestia, antes de ajeitar os cabelos para manter a marca do seu pescoço escondida — Agora se me der licença, preciso me arrumar. — Eu sou o seu marido, já te vi nua inúmeras vezes... — Para mim você não é mais o meu marido. — Liz... — Por favor Otávio, sai do meu quarto. — Sabe qual é o seu problema? — Lizandra o encara de cabeça erguida — Você é muito fria as vezes. Confesso que seria muito melhor que me xingasse e gritasse comigo, isso seria melhor do que te vê com esse ar arrogante de superioridade, a vontade que eu tenho é de te jogar nessa cama e acabar de vez com essa sua marra, pois eu acho que é disso que está sentindo falta, de sexo — Lizandra engole em seco, vendo Otávio se aproximar dela.