Laguna. Final da tarde..
A brisa do mar nunca pareceu tão fria. Eu saí daquela delegacia, libertado apenas porque o Dr. Vicente estava jogando de forma inteligente: a denúncia era apenas por coação e ameaça, o suficiente para me deter e me dar um aviso, mas não para me prender por fraude de DNA — ainda não. Ele estava me deixando solto, sabendo que eu estava aterrorizado.
Eu mal consegui dirigir de volta para a cidade. O carro parecia me sufocar. Lara me pegou. Me pegou em flagrante, com meu celular, com as provas do meu crime. Ela não era mais a boneca quebrada de antes.
Cheguei ao meu apartamento no centro da cidade. As luzes estavam apagadas e o lugar parecia oco. Em cinco minutos de estupidez, Lara desvendou o plano inteiro. O golpe final? Eu a amava. Não o suficiente para ser honesto, claro, mas eu a queria e queria o dinheiro do Lucas. Agora, eu tinha perdido os dois.
Eu estava bebendo um copo de uísque, tentando formular um plano de fuga, quando a campainha tocou. Era Luiza.