Se bater de frente, vai tombar.
Era madrugada quando o telefone da Alexia vibrou sem parar. Três chamadas perdidas da Alicia e uma mensagem só com duas palavras:
> "DESCE AGORA."
Ela pulou da cama no susto. Nem calçou chinelo. Quando abriu a porta, deu de cara com um corre-corre na viela. Gritos abafados. Gente apontando pra loja. O coração dela gelou.
— “A loja, meu Deus…”
Chegou correndo na frente da Lex Boutique. E o que viu fez o chão sumir dos pés.
A vitrine tava estilhaçada. Tinta vermelha jogada por cima das peças. No chão, uma garrafa de vidro quebrada com um pano queimado ainda soltando fumaça.
Tentaram tacar fogo.
— “Mas que porra é essa?” — Rael apareceu logo atrás, o peito arfando de raiva. — “Quem foi o filho da puta?”
Alicia tava em choque, tentando limpar a tinta das peças.
— “Eu cheguei na hora, vi dois caras descendo com capuz. Gritaram ‘favela não é passarela’ e sumiram no beco.”
MT apareceu logo depois, já com o radinho na mão, falando com os olheiros do alto:
— “Procura dois caras, capuz, descend