A boca fala, o que a mente suja fabrica.
O dia amanheceu nublado, e parecia que o céu da Rocinha tava avisando: coisa ruim vinha vindo.
Alexia acordou com o celular vibrando mais do que despertador de camelô. Notificação atrás de notificação. Mensagens. Prints. Marcação.
Abriu o Instagram da loja: um comentário de ódio atrás do outro.
“Lex Boutique vendendo peça de marca falsificada!”
“Essa loja aí é fachada de bandido, pode investigar que é lavagem.”
“Alexia deu pro dono do morro e ganhou vitrine. Meritocracia de rabo.”
Ela travou.
Os olhos correram por cada comentário com o coração acelerado. A mão suando. Ela tentou respirar fundo, mas parecia que o peito tinha sido esmagado por um peso invisível.
Ligou pra Alicia.
— “Tu tá vendo isso?”
— “Tô. E já tão printando tudo, tentando espalhar nos grupos da comunidade.”
Rael entrou no quarto já com a cara tensa.
— “Cê viu, né?”
Ela só levantou o celular, os olhos cheios de raiva.
— “Tão tentando me matar moralmente.”
— “É estratégia. Te botar de vilã, te isolar. Plantaram esses b