A Rocinha tá em festa.

Depois de dias de guerra, sangue e tensão, o morro se ilumina com fogos, churrasco, funk.

Alexia

Depois de tudo que a gente viveu, ver a Rocinha assim... em paz, é um milagre.

A laje do DV tava cheia. Churrasco no braseiro, cerveja gelada, som rolando no talo. As mulheres dançando, os menores correndo com pistola de água. Até Bryan tava rindo, comendo doce no colo da Kelly. Coisa linda de ver.

Rael tava de camisa aberta, copo na mão, sorriso no rosto. Mas o olhar dele me procurava no meio da galera — e quando me achou, veio direto.

— Tá bonita demais pra esse baile, — ele falou no meu ouvido, me puxando pela cintura.

— A paz te deixa mais fofo, — provoquei, e ele riu daquele jeito que me desmonta.

— Não é paz. É você.

Fiquei ali, encostada no peito dele, sentindo o som do tamborzão batendo no chão, a favela viva, vibrando. Depois de tanto corre, a gente merecia aquilo.

DV subiu no muro com o copo na mão e gritou pra geral:

— A ROCINHA É NOSSA, PORRA!

Fogos estouraram lá de baixo. A co
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