O evento anual da Corporação Vallas em Belém trazia um ar de sofisticação que tentava mascarar o calor úmido da noite paraense. O salão estava refrigerado ao extremo, banhado em luzes douradas. No palco, Mackenna brilhava, sua voz potente dominando o ambiente e atraindo a adoração dos convidados.
Mas Dimitri não olhava para a estrela.
Ele estava encostado em uma coluna, um copo de uísque na mão, isolado em sua própria aura de poder e tédio. Seus olhos estavam fixos na penumbra atrás de Mackenna. Ali, quase invisível para o resto do mundo, estava Amélia. Ela trabalhava como backing vocal, vestida num preto discreto que tentava — sem sucesso — esconder suas curvas. Ela mantinha a cabeça baixa, focada no microfone, tentando ser apenas uma sombra.
Para a elite da festa, ela não existia. Era apenas a "gordinha" tímida no fundo do palco. Mas para Dimitri, ela era o único ponto de foco.
Quando o set acabou e a banda fez uma pausa, a calmaria de Dimitri se estilhaçou.
Pietro, que havia se enf