Já fazia dois dias que Barbara ignorava as ligações do Edgar. Ela havia ficado muito brava quando descobriu que o seu pai lhe deu o seu número de telefone. Sentada à mesa de jantar na casa dos pais, com os pés apoiados sobre o tablado de madeira, ela rejeitava mais uma chamada dele, quando Ângela entrou.
— Tire os pés da mesa! — ordenou a sua mãe.
Ela sorriu e os colocou de volta ao chão, corrigindo sua postura na cadeira. Enfiou mais uma uva na boca e observou a mulher loira à sua frente exigir dos empregados o máximo de cuidado na hora de limpar a prataria.
— Quer ir ao shopping? — Barbara perguntou-lhe.
— Só se pudermos passar na Chanel. Quero uma bolsa nova.
Roubou-lhe uma uva do cacho que tinha nas mãos e foi-se para cozinha.
— Vou te esperar no carro — Barbara gritou para que ela pudesse ouvir.
Levantou-se e saiu. Lá fora, se acomodou no banco passageiro do carro da sua mãe. Se teve algo que ela aprendeu muito cedo, foi ler o comportamento daquela mulher. Ângela havia se casado