Os dias pareciam se arrastar, cada toque da campainha me fazia pular, sempre esperando que fosse o Christian, mas ao mesmo tempo me encolhia de medo do que aquilo poderia significar.
Aqueles beijos dele não saíam da minha cabeça;o calor, a pressão da boca nos meus, o jeito dele segurando meu rosto... e, junto com isso, voltavam as memórias ruins das humilhações, as palavras duras, o tom arrogante. Era um nó dentro de mim, de vontade e medo, desejo e defesa.
Quando Jess se sentou na cozinha, deu pra ver que vinha carregando um peso. Puxei a cadeira e fechei o computador, tentando parecer mais firme do que me sentia.
— O que houve? — perguntei, tentando manter a voz calma.
Ela respirou fundo e pude ver suas mãos tremendo um pouco.
— Eu… conversei com o Jonas semana passada e ele quer que moremos juntos… Com o bebê vindo, é melhor termos mais espaço.
Fiquei feliz por ela na hora, de verdade, sabia o quanto ela queria isso, mas ao mesmo tempo uma pontada de solidão subiu no peito, uma se