530. PALAVRA DE GARIBALDI
Gerônimo desvia o olhar, fazendo com que minhas mãos tremam entre as suas. Esse silêncio, essa pausa que se alonga mais do que o devido, me enche de incerteza. Por que ele não responde? Será que em sua cabeça já decidiu atravessar um caminho perigoso?

—Cristal, escute-me —começa, com um tom de voz baixo e sério que nunca antes usou comigo—. Às vezes, para que as coisas encontrem sua ordem, alguém tem que enfrentar o que está quebrado.

—Quebrado? —repito, sentindo que meu peito se aperta ainda mais—. Amor, estou quebrada. Você também. Mal conseguimos nos sustentar... e você quer ir buscar mais dor?

Aproximo seu rosto do meu, tentando com esse gesto convencê-lo a desistir. Mas seus olhos se agarram aos meus com uma determinação e desesperança que me aterrorizam e parecem tão próprias dele.

—Não estou buscando dor, Cristal —diz com firmeza—. Estou buscando justiça.

Sua resposta é como um tapa. A palavra "justiça" ressoa na minha mente. Mas, olhe para ele agora, disposto a se envolver
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